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Tempo de transformação

O objetivo principal da Quaresma é sensibilizar as pessoas para o sentido de uma vida transformada

Dom Paulo Mendes Peixoto
Publicado em 17/03/2018 às 07:34Atualizado em 16/12/2022 às 05:31
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O objetivo principal da Quaresma é sensibilizar as pessoas para o sentido de uma vida transformada, fazendo o processo da semente jogada na terra, que morre para gerar nova vida. Esse foi o caminho de Jesus Cristo; morrendo na cruz, abriu a estrada para possibilitar ao ser humano a experiência da ressurreição. É o caminho da Páscoa, culminando com a restauração da Aliança com Deus.

A transformação pessoal que começa no interior do coração deve ser abertura para o novo da vida humana, capaz de motivar o surgimento de uma sociedade diferente, de um Brasil renovado e ser construída uma cultura de paz. Para que isso aconteça, é muito significativa uma sintonia afetiva com a Palavra de Deus, porque ela conduz as pessoas para melhor tolerância nos momentos difíceis.

No remoto passado, falava-se de uma distorção em relação ao culto, que passou a ser prestado aos deuses falsos. No dizer dos profetas, essa prática deveria ser mudada e transformada numa realidade mais autêntica no encontro com o Deus-Javé. Assim deve ser o momento quaresmal, de purificação e amadurecimento nos exercícios cotidianos da fé e da fraternidade cristã na comunidade.

A sociedade brasileira também necessita de mudanças. Não é saudável ter que suportar o peso da insegurança e da violência. Isso reflete uma realidade carcomida pela falta de transparência na administração das coisas públicas. Pior ainda quando assistimos à privatização da natureza, empresas comprando as nascentes de água, riquezas nacionais sendo vendidas, etc.

O ideal mesmo é chegar ao encontro pessoal com Jesus Cristo, principalmente no tempo da Páscoa da Ressurreição. É um processo permanente de vida, de prática cristã, de autenticidade nas lidas diárias, na convivência fraterna e nos comportamentos em relação à natureza criada. Ao abraçar a humanidade, Cristo assume totalmente sua permanente construção e acabamento.

Tudo depende de uma transformação interior assumida de forma livre, verdadeira e comprometida com o bem da humanidade. Ser diferente não significa distanciar-se das fontes seguras da história e dos critérios polidos com o passar dos anos, especialmente os ensinamentos do Evangelho. Mas vivenciar com responsabilidade as exigências da cultura cibernética de acordo com a vida cristã.

(*) Arcebispo de Uberaba

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