ARTICULISTAS

Tempo perdido

Nem sempre utilizamos bem o nosso tempo

Padre Prata
thprata@terra.com.br
Publicado em 22/09/2013 às 14:38Atualizado em 19/12/2022 às 10:58
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Nem sempre utilizamos bem o nosso tempo. Quando falo em perder tempo, não penso em minha infância. O importante na infância é brincar. É socializar-se. Também o adolescente tem suas excusas. O adolescente, aos poucos, descobre que é livre, que ele é ele.  Descobre que tem que se autoafirmar diante do outro, do adulto. Chega mesmo a pensar que ser gente é responder aos adultos com rispidez, sair sem dizer aonde vai, deixar de orar, deixar de ir à Igreja, encantar-se com o sexo, chegar em casa na hora em que bem entender, dizer que os pais são quadrados,  “bolhas”, que os tempos hoje são hoje e por aí afora.

Mas, a partir da juventude, daí para frente as coisas são diferentes. As definições de vida são quase sempre mais sensatas. As decisões são mais refletidas. Pensa-se mais no futuro, na realização pessoal, profissional. Mas, nem por isso deixamos de cometer erros, continuamos perdendo tempo. Continuamos tomando decisões erradas levados por impulsos internos ou por imposições externas que, mais tarde, refletirão negativamente em nossa vida.

Quando menos se espera, descobrimos que estamos em pleno inverno. Lá se foi a primavera, terminou o outono, nossas cabeças de cobrem de neve. Começamos a perceber que perdemos muito tempo.  E, como em matéria de tempo, não há efeito retroativo, só temos a lamentar o leite derramado. Um exempl tenho vergonha em pensar em “certo político” e em seus “companheiros”. Votei neles. Duas vezes. Só de pensar tenho vergonha. Montaram o grupo de dirigentes mais corruptos e corruptores de toda a História do Brasil. (Um parêntese: você já perdeu um pouco de seu tempo ouvindo a propaganda “oficial” dos partidos políticos na Televisão? Experimente. Você ficará com vergonha só de ouvir as promessas que fazem. Aqueles senhores e senhoras com os olhos pregados no “teleprompter”, prometem salvar a pátria, jurando honestidade. É muita cara-de-pau. Prometem lutar pela saúde, pela segurança, pelo salário justo, pela educação, pela moradia, pela família. Prometem consertar tudo. Como mentem!)

Não lamentamos apenas da política. Nós, os cristãos-católicos, gostaríamos que nossa Igreja fosse mais santa. É claro que ela é dirigida por homens e todos os homens são fracos.  Mas o que anda acontecendo cada vez mais frequentemente é de doer no coração.  Há urgência nas reformas da disciplina, na moral, em certas leis que necessitam de mudança, mas nada se faz. E aí vem o milagre.  O Povo de Deus, na sua grande parte, não perde a fé.  Espera num eterno Advento. Sabe que Ele virá.  Gandhi orava assim: “Pai, se me esqueço de Ti, não Te esqueças de mim”. É a nossa sorte. Parece que Ele não se esquece mesmo. Há sempre uma Luz no horizonte. Seu nome: Francisco. Que ele não nos decepcione. Seu antecessor percebeu que não teria forças. Renunciou.  A impressão que se tem é a de que uma nova História será contada: “Um homem sorridente, vestido de branco, correndo de encontro ao povo, ao pobre, varrerá a casa e permitirá que o Espírito de Deus acenda todas as luzes e espante as trevas que nos envergonham.”

(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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