Paira uma desconfiança generalizada na vida de muitas pessoas. Parece perda de confiança num futuro promissor. A fonte disso está nos acontecimentos legados pela nova cultura. Muito de negativo que presenciamos é fruto de conduta irresponsável e sem compromisso concreto com a dignidade da pessoa humana no seu todo. É inconcebível conviver com atitudes egoístas e gananciosas.
O sentido verdadeiro da vida só pode ser encontrado em Deus. Para Jesus, a felicidade significa acolher de forma fraterna as pessoas necessitadas e ir ao encontro do pobre. O contrário disso é causar dor e sofrimento para as pessoas. Os fracos têm medo dos fortes que agem “passando por cima de todo mundo”. O Reino de Deus não é de quem causa tempos tenebrosos e medo nos outros.
A estabilidade que a pessoa consegue ter na vida depende de sua confiança em Deus e da sabedoria humana. Mas de uma sabedoria que realiza o bem da comunidade e da pessoa humana, porque ela pode ser usada para maquinar práticas que causam o mal, deixando rastros de tenebrosidade. A humanidade não pode viver na confusão, na insegurança e refém de critérios impositores.
Diante de catástrofes ambientais, o mundo precisa repensar a sua história. Ele não pode continuar sendo de destruição. Talvez pudéssemos pensar numa carência na formação da consciência responsável e aberta ao verdadeiro desenvolvimento. Já foi dito pelo Papa Paulo VI, em 1967, que “o verdadeiro desenvolvimento é o novo nome da paz”. Falta paz quando há insegurança e feridas na história.
A vida humana precisa ter sentido. Para quem tem fé em Deus, o sentido está na ressurreição. A ressurreição de Jesus Cristo foi a culminância do projeto salvador na história da humanidade. A prática de Jesus gera em seus discípulos uma sensação concreta de esperança, superando todo tipo de insegurança. As dicas que Ele apresenta estão contidas nas bem-aventuranças (Lc 6,20-26).
As injustiças precisam ser denunciadas, porque causam violência. É fundamental a existência de leis rígidas para assegurar a prática da justiça, trazer mais conforto e segurança para as pessoas e superar a crescente deterioração das relações humanas. Pesa sobre as autoridades do país, dos Estados e Municípios criar mecanismos que assegurem confiança e confortável tranquilidade para o povo.
(*) Arcebispo de Uberaba