Terezinha

Os americanos, carinhosamente, chamam Santa Teresinha de “Litle Flower”. Esta expressão traduz o carinho com que nossos irmãos do Norte tratam aquela freirazinha que morreu aos 23 anos. Em seus últimos momentos, um sacerdote procurava consolá-la. Ao ouvir aquelas palavras, a santa de Lisieux disse ao ministro da Igreja: “Padre, quem precisa de consolo não são os que partem, mas os que ficam”.

Terezinha, você partiu. Sentimos profundamente a sua partida. Como disse aquela garotinha de dez anos, com câncer, ao seu médic “Doutor, saudade é o amor que fica”. É isso, Terezinha, sentimos saudades de você. O que ficou foi o amor que você deixou plantado no coração de todos nós.

Não sei o que escrever neste momento. Lembro-me de suas últimas palavras que você me disse no telefone alguns dias antes de partir para São Paul “Padre Prata, logo que voltar vou convidar o senhor para comer uns pasteizinhos comigo e conversar um pouco sobre nossa Academia”. Éramos muito afinados. Afinados na Fé. Afinados na análise de um mundo que se transformava. Afinados no julgamento dos modos de proceder dos jovens de hoje, até que ponto tinham razão. Afinados em discutir as mudanças que deveria sofrer a Teologia de hoje, sobre a necessidade urgente de mudar uma linguagem ultrapassada que mais confundia que explicava. Falávamos sobre nossa querida Academia de Letras que tanto amávamos. Sobre o que fazer para que ela fosse uma fonte de cultura, e não uma sociedade de inculturados. Temíamos pelo seu futuro. Lamentávamos o pouco caso dos que lá não apareciam.

Agora, Terezinha, você partiu. Está mergulhada na luz de Deus. Uma nova dimensão se abriu para você. Não há mais indecisões. Não há mais incertezas. Não há mais dúvidas. Não há mais mistérios para você. Usando uma figura, você está na Casa do Pai. Você lutou por um Projeto de Vida que Jesus nos revelou. Você foi fiel ao Evangelho.

Terezinha, olhe pelos seus, olhe por nós. Ore pelos que acreditam que a vida tem sentido. Você vai fazer muita falta. Falta à Igreja. Falta à sua família, ao seu Colégio, aos seus amigos, à sua Academia.

Um dia, em tom de brincadeira, você me disse que nossos Anjos da Guarda eram irmãos. Pelo sim ou pelo não, se você se encontrar com eles aí onde você estiver, diga a eles, aos dois, que continuem velando por mim. Não se esqueça.