Hoje veremos um marco histórico ser inserido na literatura uberabense. Será lançado o livro “Terra Mãe”, de autoria do jornalista Luiz Gonzaga de Oliveira; uma antítese de “Terra Madrasta”, escrito pelo lendário Orlando Ferreira, o Doca. O Asilo Santo Antônio será palco do grande evento, que ocorrerá às 20 horas.
Ao contrário do que muitos esperam, a obra de hoje não é a “mãezona” coberta de generosidade a ponto de não ver as faltas cometidas por seus filhos. Não. “Terra Mãe” tem três faces que a colocam como genitora ponderada, quand ensina, corrige e aconselha.
Doca e Gonzaga revelam acendrado amor por Uberaba, com uma diametral diferença: Doca morria por ela e Gonzaga vive. Um curtia paixão visceral e o outro, curte amor racional. Os dois, entretanto, deixam-nos seus exemplos ao nos brindar com obras que se emplacam no tempo e seguem provocando reflexões por onde passam. Enquanto nos últimos 86 anos “Terra Madrasta” foi conhecida pela cópia da cópia, da cópia, da cópia, da cópia..., “Terra Mãe”, numa só tacada, vai varar o globo. As duas, todavia, estarão perenizadas para sempre. Eis aí a parte que inquieta a quem quer que seja.
Num clima de instabilidade política que antecedia a tomada do poder por Getulio Vargas, Doca se atreveu a escrever suas obras, tendo a cabeça a prêmio. Apesar de ser observado e admirado por intelectuais durante todo esse tempo, Orlando Ferreira ficou blindado devido a “interesses” ou omissão. Vai saber qual dos dois... Hoje, com a democracia em marcha, Luiz Gonzaga de Oliveira não só resgata o parceiro, como também abre caminho para que outras “Terras” sejam escritas.
VOCÊ QUER CONHECER VERDADES NUNCA ANTES PUBLICADAS EM UBERABA? Assim me expressei no convite que formulei a amigos por via eletrônica. Renovo aqui o texto a você, leitor(a), para que, estando presente, tome lugar esta noite na nave da nossa história.
Imagino Doca escrevendo sobre a enchente pluvial que atravessou o centro de Uberaba no dia 12/12/2012, levando tudo de roldão, mesmo tendo obra caríssima financiada pelo Banco Mundial. Vejo Gonzaga lamentando por não poder registrar o fato, já que “Terra Mãe” está em trabalho de parto.
Ser uberabense e não conhecer “Terra Madrasta” é o mesmo que ser carioca e não conhecer o Pão de Açúcar. Sem conhecer “Terra Mãe”, ficamos devendo a nós mesmos. Leiamos as duas obras, eis a questão.
(*) Presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro