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Tiro no pé

Nossos caminhoneiros são autênticos heróis ao exporem seus destinos para nos proporcionar

João Eurípedes Sabino
forumarticulistas@hotmail.com
Publicado em 08/06/2018 às 21:41Atualizado em 17/12/2022 às 10:26
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Nossos caminhoneiros são autênticos heróis ao exporem seus destinos para nos proporcionar a qualidade de vida que temos. Ainda que sofram as pessoas Brasil afora, todas elas sabem que sofrem por uma causa digna: colocar o caminhoneiro no lugar que merece, ou seja, tirá-lo da condição desumana de trabalhador descartável e promovê-lo ao patamar de um ser humano valorizado e dono de uma força até então desconhecida por ele próprio e toda a sociedade brasileira.

As palavras anteriores são parte da “Carta aberta ao caminhoneiro” que li domingo (27/05/2018) próximo ao Posto Zote – km 176 da BR-050 – em Uberaba. Fui à concentração deles, ouvi seus dramas e saí convencido de que a população estava absolutamente com os “lobos da estrada”. Tendas, fogão, água potável, comida, refrigerantes, ausência de álcool, carne assada, bom ambiente e outros itens, me fez ver ali um grande exemplo de solidariedade. Doações não paravam de chegar. Isso em todo o Brasil.

Esperava-se que o eco do movimento dos caminhoneiros de norte a sul fosse ouvido em Brasília e, com isso, medidas seriam tomadas para que o país voltasse à normalidade. Economia ameaçada e prejuízos grassando em escalada ascendente acenavam que a reversão do clima seria imediata. Ledo engano de todos os brasileiros. A um eventual abastecimento em alguns postos, a população correu para resolver problemas individuais: encher seus tanques.

Que tiro foi esse que tá um arraso? Canta Jojo Maronttinni em seu funk. Com certeza surgirá outro explicando que o estampido escutado foi do tiro que demos em nosso próprio pé. Na altura dos fatos, correr atrás da gasolina é o mesmo que andar olhando para o próprio umbigo. O tombo pode ser iminente e as consequências serem desastrosas. “O povo ainda vai chorar por ter perdido a chance de melhorar o país”, recebi esta mensagem de um amigo. Guardar o carro em casa e dar uma cota de sacrifício (salvo raras exceções) é o mínimo que poderíamos ter feito e o governo olharia melhor o povo. Vender gasolina à Bolívia por preço vil e, quase triplicar o nosso, é inadmissível. Isso é só fruto da absurda carga tributária! Não creio.

A chave para mudar isso estava com o caminhoneiro, mas, por conveniência, lhe tiramos das mãos. O assunto ainda vai longe... muito longe...

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