ARTICULISTAS

Trabalhando o desapego

Fim de semana chuvoso, reflexivo e sem inspiração para escrever

Vera Lúcia Dias
veludi@terra.com.br
Publicado em 27/10/2011 às 20:30Atualizado em 17/12/2022 às 07:29
Compartilhar

Fim de semana chuvoso, reflexivo e sem inspiração para escrever, quando recebo na tarde de domingo uma mensagem falando sobre desapego, escrito por Martha Medeiros.

Recordei-me das mulheres escritoras com quem minha geração aprendeu, como Marta Suplicy e Marina Colassanti, nos anos setenta e mais recentemente Lya Luft, todas falando de um jeito novo de ser mulher.

A estrela do momento, no bom sentido, tem sido Martha Medeiros, a quem tive o prazer de conhecer na Bienal do Livro num colóquio interessante entre criadora e criatura. Ela escreveu “Doidas e Santas” e Cissa Guimarães interpreta sua personagem na peça homônima. Ambas leves e soltas, graciosas e simples, falando de coisas do cotidiano.

Especificamente no texto que hoje me inspira, ela diz textualmente que só possuímos na vida o que dela pudermos levar ao partir. Se aprendêssemos a viver sem ostentação de títulos, cargos, amizades influentes, grifes e outras coisas que acabam nos tornando pesados, a vida seria bem mais leve.

Martha nos conta que certa vez ao regressar do Chile teve que vender todos os seus bens até estar, na última noite, apenas com seu colchão e travesseiros. Diz que fez isso sem sofrimento e fez disso um aprendizado porque o que verdadeiramente trouxe de volta foram suas boas lembranças.

Qual é sua relação com seus bens materiais? Desfruta deles para viver melhor ou eles são causa de sofrimento? O que ocupa a sua mente na maior parte do tempo? Sua balança entre o ter e o ser está em equilíbrio? Reconhece que a vida é mais do que conseguimos acumular de material?

Você se reconhece como alguém vítima do apego excessivo? Consegue pelo menos trocar seus móveis de lugar? Repassa pertences que não usa há muito tempo? Deixa seus filhos crescerem e tomarem seus rumos? Deixa seus mortos partirem em paz?

Já pensou que caixão não tem gaveta e cortejo fúnebre não comporta caminhão de mudança? Se assim é, o que está acumulando para levar quando partir definitivamente?

Aproveite mais esse Dia de Finados para, além de relembrar seus mortos, pensar em como tem vivido sua vida...

(*) Terapeuta do Luto e das Perdas, Mestre em Psicologia, Palestrante; Autora do livro Quando a Morte nos Visita

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM OnlineLogotipo JM Online

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por