É surpreendente que a maior parte dos institutos de pesquisa dos Estados Unidos, que estão entre os melhores do mundo, tenha errado sobre quem venceria a eleição presidencial. Esse fato ratifica a ideia de que Trump, presidente eleito, que tomará posse em janeiro, é um fenômeno.
Sua eleição fez as bolsas do mundo inteiro despencarem, um indício de catástrofe financeira. Mas o conciliador discurso de presidente eleito, com elogios a Hillary Clinton, fez as bolsas voltarem a subir, e mais do que haviam caído, prova clara de que o homem é respeitado e pode transformar radicalmente o relacionamento com os outros países. Assim, não foi por acaso que recebeu cumprimentos do mundo todo. E a Rússia, a mais enfática, acredita em menos enfrentamento e mais diálogo entre os dois países.
Quanto aos imigrantes, rotulados por Trump como invasores do território americano, se não houver uma mudança de tom, talvez tenham aborrecimentos. Trump pretende murar a fronteira com o México. Difícil é ele esperar que aquele país também pague pela construção. E ao mundo restará a inquietação pautada na vontade de esse muro ser derrubado, como foi o de Berlim.
Dois cumprimentos recebidos por Trump foram amplamente noticiados: o da derrotada Hillary, que se pontificou a trabalhar com ele, e o do presidente Obama, que o convidou para tratarem detalhes sobre a transição dos governos.
Analistas políticos brasileiros, que têm todas as respostas quando o assunto é Trump, comentam o que se espera nos quatro anos em que esse político do Partido Republicano comandará uma potência mundial. Se esses analistas houvessem colaborado com nossos últimos presidentes, não estaríamos em crise.
A verdade é que tudo se pode esperar de Trump, que sabe manipular as massas. Acusado de molestar algumas mulheres, assegurou ser tudo mentira. Bastou essa convincente defesa para que o assunto, que derrubaria qualquer candidato, perdesse foco e para que Trump ganhasse, inclusive, em Estados onde Hillary era absolutamente invencível.
Enfim, o mundo vive a expectativa dos quatro anos da Era Trump, do prometido rebuliço interno no país e do relacionamento com os outros países. Enquanto esse tempo não chega, apreciamos o exemplo da conduta de dirigentes poderosos a ser assimilado por todos os políticos do Brasil: finda a disputa, todos têm que se unir pelo bem do povo.