Existem algumas datas que deveríamos gravá-las numa agenda especial para que, quando quiséssemos...
Existem algumas datas que deveríamos gravá-las numa agenda especial para que, quando quiséssemos evocá-las, o fizéssemos com precisão.
Tento me lembrar quando assisti ao último show de Tinoco aqui em Uberaba, mas sinceramente, do jeito que o tempo anda correndo, não consegui me recordar.
Não sei se lá se foram três ou cinco anos. Só sei que aquele show, lá no Cine Vera Cruz, foi diferente dos anteriores. Vi um Tinoco mais cansado, mais saudoso, tentando ser o de antes, mas sem consegui-lo. Tanto que não conseguindo mais cantar sozinho, utilizou-se de recursos eletrônicos que disfarçaram um pouco suas dificuldades.
Acompanhando durante a semana que passou as notícias referentes à sua morte, fico a pensar na trajetória das pessoas que como Tinoco conseguem transformar-se em referência.
Primeiro em dupla com seu irmão Tonico e depois, tocando em frente em carreira solo. Projetaram sua terra natal onde viraram estátua de praça pública. Alegrou e encantou, em dupla ou sozinho, diferentes gerações. Conheceu o sabor das massas e das maçãs.
Tinoco, batizado José Perez, faleceu aos 91 anos de idade. O artista sertanejo que permaneceu mais tempo em atividade: 82 anos.
Segundo dados disponíveis na Internet Tonico & Tinoco formaram a dupla sertaneja considerada como a de maior referência e importância na história da música brasileira.
Em seus 60 anos de carreira em dupla, Tonico e Tinoco realizaram quase 1000 gravações, divididas em 83 discos. Venderam mais de 150 milhões de cópias, realizando cerca de 40.000 apresentações em toda a carreira.
Quem de nossa geração não sente uma mistura de alegria com saudade ouvindo Moreninha Linda, Tristeza do Jeca, Cabocla Tereza, Chico Mineiro ou Cio da Terra?
Que Tinoco agora se junte ao Tonico e tenha seu merecido descanso com a gratidão dos milhões de brasileiros que dançaram, amaram, riram, choraram ou embalaram filhos, ao som de suas músicas.