ARTICULISTAS

Um final, afinal

Com alívio, esta é a minha última crônica sobre a tal eleição presidencial

João Gilberto Rodrigues da Cunha
Publicado em 27/10/2010 às 19:11Atualizado em 20/12/2022 às 03:34
Compartilhar

Com alívio, esta é a minha última crônica sobre a tal eleição presidencial. Como qualquer outro cronista hebdomadário (esta engasgou o Dino...), eu deveria dizer das minhas observações finais. Na semana passada eu já contei das minhas decepções com esta campanha tão sem graça para todos os lados, a começar pelos candidatos e seus discursos, na arte de não dizer nada a não ser uns desaforos pessoais.

Concluí a crônica na opinião que repit o Brasil merece coisa melhor! Mas, no terminando de agora, tenho que apresentar alguma coisa pessoal e talvez original, porque deixa de lado os dois candidatos e voltemos atrás na candidata esquecida – a magrela Marina da Natureza. Dos três candidatos válidos, ela foi a mais inteligente, porque teve a oportunidade de colocar na cena nacional os seus ideais tão sublimes quanto impossíveis no seu total. Depois, pelo menos em minha análise de farta vivência e experiência, demonstrou sua inteligência.

Marina teve ali pelos vinte milhões de votos, coisa absolutamente impensável nas prévias, e foi responsável pelo segundo turno presidencial. De duas coisas ela tinha certeza: seus votos não foram homenagem à desconhecida mãe natureza. Como justificar ter maioria sobre os candidatos “oficiais” em lugares até de muita importância, vejam Belo Horizonte por exemplo. Isto acontecido, a danadinha foi além dos seus companheiros de partido, alguns embriagados pensando que se ela desse atenção a um dos dois sobreviventes ele seria vencedor absoluto... e naturalmente recompensados do seu partido.

Que nada, ela saltou de banda, tirou o corpo fora como os dançarinos da Bahia. E os dois ficaram sós, na certa cantando Marina, Marina morena, você me deixou... Pois bem, amigos, agora é Dilma... ou é Serra? Pois eu ponho mais fichas na Dilma, baseado na minha confessada ciência de briga de galos. O Serra é aquele galo forte, batedor, dando cacetadas doloridas em todos os adversários.

Dilma é o galo que negociou mais, fugindo do pau, como diziam os apostadores. O galo forte está muito preocupado, olhando muito a rinha e sua assistência, estes olhares não são de bom sinal. No prêmio, apenas para lembrança da origem histórica do valor materno, vou lá atrás do que me contaram do menino Eurico Gaspar Dutra, antes de crescer, virar general e presidente da República.

Foi em Cuiabá, sua casa ainda modesta, um grupo de políticos reunidos na sala em captação de votos. A mãe chama discretamente o filho – Eurico, vai na geladeira, trás umas cervejas aqui pros moços! O garoto vai, abre a geladeira e volta meio sem graça com uma cerveja na mão, e solta aquele brado que ganhou a historia: MÃE, a gente só tem uma! Pois é, meus amigos, no final vamos ter apenas...

 

(*) médico e pecuarista 

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM OnlineLogotipo JM Online

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por