Não sabemos para onde apontam os sinais da realidade brasileira
Não sabemos para onde apontam os sinais da realidade brasileira em momentos de campanhas eleitorais e do cenário de julgamento do mensalão. Será que, em tudo isto, está a vitória do povo brasileiro? Quem sairá ganhando e, também, quem vai perder? É a grande incógnita de um país que não se prima pela justiça.
A Festa da Assunção de Maria contempla a vitória de Jesus Cristo sobre todos os poderes que tentam impedir a construção do reino de Deus. Maria é sinal da Igreja, daquela que tem a missão de conduzir o povo para a condição de liberdade e de vida feliz. Isto acontece na prática da fraternidade e da partilha em gesto de justiça.
A fé e o compromisso com o reino da vida são fundamentais. Isto é condição para que a pessoa seja sinal e aponte para o bem de forma correta. A fé na Palavra de Deus gera compromisso e faz das pessoas discípulas e missionárias de uma cultura de paz. Isto supõe dizer, nas palavras de Maria: “Eis a serva do Senhor” (Lc 1, 38).
Ir ao encontro do outro, como o fez Maria em relação a Isabel, algo de revelador acontece. É a generosidade, o serviço, o querer ajudar os mais necessitados. Acaba sendo sinal da presença de Deus, fazendo a pessoa superar todo tipo de atitude egocêntrica, egoísta e alheia às carências dos marginalizados da comunidade.
Tudo na natureza e na história está submetido ao poder de Deus. Mas é uma realidade também sujeita à ação do mal. O Apocalipse apresenta a figura do “dragão” que está, a todo momento, desarticulando os planos do Criador. É o retrato de quem sinaliza o poder destruidor, seja de autoridades ou de pessoas comuns.
Não podemos viver esperanças vãs e nem uma fé inútil, porque deixamos de ser sinal de vida para o mundo. Maria, com muitos títulos, a Mãe de Deus, foi sinal de uma nova realidade. Ela é sinal da Igreja, com a missão de levar Cristo para as pessoas.
(*) Arcebispo de Uberaba