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Um homem fraco e desacreditado

Conforme pesquisa divulgada em Paris, o presidente François Hollande atingiu o mais alto grau de desprestígio

Aristóteles Atheniense
Publicado em 20/05/2013 às 10:45Atualizado em 19/12/2022 às 12:58
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Conforme pesquisa divulgada em Paris, o presidente François Hollande atingiu o mais alto grau de desprestígio na história da França (70%), desde sua investidura há onze meses passados.

O retorno dos socialistas ao poder resultou da promessa de crescimento do país, com o combate ao desemprego, que, em fevereiro último, atingiu a 10,8%, com 3,2 milhões de trabalhadores em inatividade, gerando insatisfação coletiva, sem nenhuma perspectiva de reabilitação.

O bom relacionamento que a França mantinha com a Alemanha, na gestão de Nicolas Sarkozy, deixou de existir a partir da posse de Hollande, que se tornou crítico de Ângela Merkel pelas medidas que esta sustentara no corte dos gastos públicos.

O novo presidente taxou os ricos em até 75% de seus ganhos, em medida que foi declarada ilegal pelo Conselho Constitucional, forçando-o a aplicá-la apenas no lucro das empresas e bônus de executivos. Com isso, inúmeros empreendedores, inclusive artistas, como Gérard Depardieu, adotaram nova cidadania.

A economia francesa permaneceu estagnada em 2012, estando previsto para 2013 um crescimento que não ultrapassará a 0,1%.

Ao longo de sua campanha eleitoral, Hollande granjeou o apoio do eleitorado, prometendo-lhe um governo “exemplar”, imune a qualquer pressão política, promovendo o combate sem tréguas à corrupção e a malversação dos recursos orçamentários.

Com o passar dos dias, sobrevieram várias falcatruas, a começar do escândalo envolvendo o ex-ministro Jérôme Cahuzac, responsável pelo combate às fraudes fiscais, que mantinha contas ilegais na Suíça e Singapura.

O tesoureiro de sua campanha eleitoral, Jacques Auger, foi denunciado por sua condição de sócio de empresas de “off shore” em um paraíso fiscal.

Mas, com o evidente propósito de melhorar a sua imagem como liberal e progressista, o presidente francês apoiou a legalização do casamento de pessoas do mesmo sexo, a despeito da oposição encontrada nas classes média e conservadora, projeto que veio a ser aprovado tanto na Assembleia Nacional como no Senado.

O descrédito de François Hollande, tanto no plano interno como externo, importou na frustração do governo socialista perante os seus eleitores. A sua gestão é considerada uma espiral de mentiras, o que certamente haverá de concorrer para o malogro do presidente, ficando eliminada, desde já, eventual tentativa de recondução ao cargo.

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