O Viver em si se destina a uma razão profundamente valiosa. Não há nenhuma lógica em conceber que tudo o que vive, gera-se de um acaso. Tudo vem de uma inteligência superior. Que não se diga dos organismos superiores. Mesmo os mais simples falam dessa inteligência criadora. É inexplicável, inconcebível um cérebro que repulsa essa verdade. Se atentarmos pelo vagar como a evolução humana ocorre, há de se entender que esse difícil proposito, não se alcança num simples estalar de dedos. É preciso então, que a vida como oportunidade para isso, se lhe repita. Pelo que se tem lido, o homem no transcurso de milhões de anos, vem passando por espécies diferenciadas a caminho de sua evolução. Assim nos fala Adelino Fontoura, psicografado por Francisco Xavier, o soneto “JORNADA”. “Fui átomo, vibrando entre forças do Espaço,/Devorando amplidões, em longa e ansiosa espera.../Partícula, pousei... Encarcerado, eu era,/ Infusório do mar em montões de sargaço./ Por séculos fui planta em movimento escasso,/ Sofri no inverno rude e amei na primavera;/ Depois, fui animal; e no instinto de fera,/achei a inteligência e avancei passo a passo.../ Guardei por muito tempo a expressão dos gorilas,/Pondo mais fé e mais luz nas pupilas,/ A lutar e chorar para, então compreendê-las./ Agora, homem que sou, pelo Foro Divino,/ Vivo de corpo em corpo a forjar o destino/ Que me leve a transpor o clarão das estrelas!” A vida se nos assemelha as viagens. Curtas e longas. Algumas belíssimas. Outras repletas de horrorosos momentos. Na estrada da vida, um pedaço dela depende sim, de nós. O outro é de nossa destinação. Quando se caminha nesse pedaço, nada altera o plano Divino, nada daquilo a nós reservado se modifica. Todas as providências serão inúteis. Nada impedirá que a “Bandeira Branca” seja hasteada determinando o último respirar. Final do Caminho... Jornada encerrada... Parte-se levando um mundo de lições aprendidas que buscaram lapidar o ser de cada qual. Na crença do retorno, voltaremos para novas lições. Somente julga não ser preciso voltar, aquele que ainda não parou para analisar o que fez. Quem sabe, enquanto assim imagino, já por tantas e tantas vezes tenho Ido e Voltado, até que um dia nesse tanto Repetir e Aprender, deixarei de ser o espirito tacanho que ainda sou, para ser um Inteligente no mundo Se assim não for, o que me falta então, para ser um INTELIGENTE AGORA?
Versos do soneto “JORNADA”
Adelino Fontoura- Psicografia de
Francisco C. Xavier- Antologia dos
Imortais, página 33..