Estive assistindo à inauguração do Mário Palmério Hospital Universitário – uma necessária e brilhante realização da Uniube. Tive ocasião, em anos passados, de ter a direção de seu corpo profissional desde os professores até o pessoal de serviços no pequeno hospital da rua Santo Antônio. Como todos os hospitais de Uberaba, seu espaço e ambientes eram insuficientes, não apenas para o público como também para os professores e alunos que vi na primeira formatura do seu curso médico.
Por várias vezes conversei com o reitor Marcelo Palmério, que conhecia as deficiências hospitalares nossas e as de toda Uberaba – porém adiando os enormes investimentos financeiros que seriam necessários. Igual quando eu jogo a quina, outros sucessores receberam este sucesso que pude presenciar... e invejar. Não conheço, em Uberaba e região, um hospital universitário tão perfeito, desde a arte, a beleza até as áreas de estrita medicina clínica ou cirúrgica. O importante é que o nosso (eu fui parte...) curso de medicina tem agora o que de melhor lhe poderia acontecer.
Conheço a equipe de professores deste curso, sua dedicação e competência, do Galvani e do Miziara, até todos os seus professores. Mais do que isto, conheço o tipo de ensino e prestação de serviços que este corpo vai prestar a Uberaba e região. Trabalhei toda a minha vida de especialista em cirurgia vascular na Universidade, que é Federal. Pude assim acompanhar a evolução do corpo clínico e médico – profissional através os tempos, em nossas salas, ambulatórios e hospital. Sem interesse crítico-profissional, deixo a imagem que me resta neste final: infelizmente a evolução instrumental e do curso professorado não atende aos cuidados e às necessidades dos pacientes pobres e desassistidos.
O catedrático nem sempre lhes dá conhecimento e sua própria interpretação e assistência. Isto, minha gente, não é raro, eu diria que é um mau estágio da nossa vida acadêmica da medicina. Quando fui diretor, insisti e recebi dos meus professores a melhor atenção e assistência – e este comentário espinhoso é para elogiá-los e esperar que neste novo e brilhante hospital exerçam a medicina de Hipócrates. O Reitor lhes demonstrou a confiança e expectativa do seu hospital – e merece esta retribuição. Em adendo maligno, onde sou especialista, conto-lhes como ficou impressionado o auditório da cerimônia com a bancada e discursos dos seus componentes: 90% de políticos em campanha eleitoral, só faltaram os santinhos – em respeito à raiva ou procedimento do Reitor. Eles conhecem...
