Nesta semana vamos ganhar, de novo, um presente: o Menino Deus nasce para nos salvar; é Natal. Há tempos a lembrança do Nascimento se repete, trazendo com ela a esperança de paz no mundo. E há anos essa mesma esperança de paz parece ficar mais distante da humanidade.
Em verdade, muitos de nós, a cada ano, nos afastamos da manjedoura divina e deixamos de prestar atenção naquele Menino! (A Mensagem de amor, paz e salvação que Ele representa não tem sido acolhida pela totalidade dos homens.) Em alguns momentos, até pensamos estar impregnados pela divina Mensagem, entretanto nem sempre a compreendemos bem, ou a assimilamos.
Porém, a força do Menino é tão grande, que Ele acaba tomando conta, ainda que por pouco tempo, de muitos corações. Paira no ar, então, o que é costume ser chamado de Espírito de Natal. Alguma força faz com que tenhamos atitudes diferentes, pois passamos a agir em completo desacordo com nosso sistema de vida. Egoístas, materialistas, ultracapitalistas, de repente passamos a ver o próximo que sofre, que necessita de auxílio, de um mínimo para sobreviver.
O Espírito de Natal faz com que a humanidade, apesar do coração duro, calculista, capaz de acumular bens a qualquer custo, ofereça ajuda ao próximo. (Provavelmente até a alguém nunca visto antes.) E, o melhor, passa a tratar bem aqueles com quem convive em sua casa, em seu trabalho, em sua empresa, em seu meio.
O ser inflexível, rígido em seu comportamento, quebra a própria rotina e consegue enxergar o outro, o seu semelhante, o seu irmão em Cristo, o seu parceiro de lutas, e passa a compreender as carências desse irmão, os desejos dele. Então, decide ajudar a todos, conforme as necessidades de cada irmão.
É assim que age o Espírito de Natal. Consegue mudar os corações radicais levando-os a respeitar o próximo, a entender os problemas dos outros e a se abrir ao diálogo fraterno. Será que o outro é sempre o errado? Ou será que, se mudarmos nosso comportamento, poderemos ganhar um amigo, ou, o que é melhor, deixar de ter o outro como adversário, como alguém que julgávamos ser contra nós?
O Espírito de Natal injeta bondade e ternura nos corações e acaba por beneficiar quem acolhe o próximo. No Natal podemos observar mudança no comportamento de muitos, inclusive no nosso. E, às vezes, são mudanças que permanecem, que passam a fazer parte da vida. E o ser humano que acolheu, que fez os outros felizes na época natalina, passa a viver realizado com o novo estilo de vida, distribuindo bondade, colhendo amizades sinceras, auxiliando o próximo que ele aprendeu a ver.
Todos nós cremos que, mesmo numa época de intenso consumismo e de extremado egoísmo, o Menino Deus ainda opera milagres e que, de alguma forma, Ele haverá sempre de tocar os corações.
(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro