Começa por uma ideia, por um planejamento, pelos cálculos para se chegar ao concreto do que foi imaginado
Começa por uma ideia, por um planejamento, pelos cálculos para se chegar ao concreto do que foi imaginado. Quando se diz que a Igreja está construída em cima de um alicerce, que tem como fundamento colunas de sustentação, os apóstolos Pedro e Paulo, é necessário visualizar a objetividade do Plano de Deus. O engenho histórico institucional desta construção aconteceu em Jesus Cristo.
Todas as entidades são construídas para a realização de algum fim anteriormente projetado. Ao instituir a Igreja, fez e faz parte dos planos do Pai, realizados em Jesus Cristo e sob a guia do Espírito Santo, ser espaço onde as pessoas pudessem vivenciar sua prática concreta de fé. Os apóstolos foram os primeiros a entender isso, seguidos depois pelas primeiras comunidades cristãs.
A Igreja caminha no tempo. Ela sofre o soprar do vento de cada cultura, que a influencia muito, correndo até o risco de perder a própria identidade. Na atualidade isto vem sendo muito forte, tendo que enfrentar situações de infidelidade dentro dela própria, de maus testemunhos de seus membros e todo tipo de ataque que vem de fora. Mas continua navegando assim mesmo sem perder a esperança.
O que vem acontecendo com a Igreja não está sendo diferente com outras instituições que se colocam a serviço do bem das pessoas. Duas frentes tramam e lutam por resultados: uma do bem e outra do mal. A história sempre foi assim e vai continuar até o fim dos tempos. Mas é preciso ter consciência de que o malfeito é passageiro e o que fica mesmo é o de bom que a pessoa faz.
As instituições, quando bem construídas, permanecem, mas as pessoas passam. A vida do ser humano é muito curta, e cheia de oportunidades para que seja feito o bem. Não se deve perder a oportunidade para a construção do que favorece a vida no aqui e agora, porque amanhã poderá ser muito tarde. Para isto as pessoas precisam dar-se as mãos somando forças para construir o bem.
Celebramos a memória de Pedro e Paulo, dois apóstolos do passado longínquo da Igreja, fazendo refletir, no tempo e na história, as motivações necessárias para que sejam colocados em prática os compromissos emanados da vida de Jesus Cristo. A realidade hoje é outra, os seguidores de Pedro e Paulo também o são, mas os objetivos da Igreja, de ser missionária, não podem ser traídos.
(*) Arcebispo de Uberaba