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Uma luz no fim do túnel

Alguém enxergou o maior erro de nosso automobilismo, pois estávamos sem uma categoria de base. Assunto que já relatamos anteriormente nesta coluna...

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 14:01
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Alguém enxergou o maior erro de nosso automobilismo, pois estávamos sem uma categoria de base. Assunto que já relatamos anteriormente nesta coluna. Depois da extinção das Fórmulas Ford e Chevrolet e mais recentemente da Renault, nossos pilotos saídos do Kart estavam sem opções para continuar sua evolução. Restava somente a F-3 sul-americana, que, convenhamos, é um salto muito grande para quem saiu do Kart. E estávamos assim já há algum tempo; se não estou enganado a última temporada da F Renault foi a de 2006.   Como explicar um país de onde surgiram um bicampeão e dois tricampeões de F-1 não ter infra-estrutura de apoio para os garotos que já tinham conquistado tudo no Kart? A verdade é que a única categoria onde havia um bom uso de caráter profissional era a Stock Car e o que vinha acontecendo era que a turma que saía do Kart por falta de opções estava indo para a Super Stock e depois para a Stock Lights. Sem querer desprezar a turma dos carros de turismo – ou usando um termo mais atual – as competições de carros aparentemente derivados dos carros de produção. Mas a verdade é que sempre fomos bem na elite do esporte: a F-1. Nos carros esporte ou de enduro temos apenas um título mundial – o do Raul Boesel, de 1987, no mundial de marcas, que hoje tem outro nome e outras especificações técnicas.   Há alguns pilotos notáveis que encaram campeonatos de resistência na Europa e nos EUA. Mas, grandes títulos, nunca tivemos. Augusto Farfos disputa o FIA GT HÁ tempos e é sempre um dos favoritos, porém ainda não conseguiu a taça. Nos EUA temos alguns pilotos disputando a América Le Mans séries e sempre temos algum representante na fabulosa 24 de Le Mans. Mas nunca conseguimos ser os melhores. Então, por que sepultar a base de nosso grande celeiro de campeões? Por sorte uma empresa, e não CBA enxergou o problema e o atacou de frente. Para a temporada de 2009 teremos 20 novos modelos de F-3 da Dallara, o fabricante que é a referência na categoria. A empresa responsável por fazer a reforma de nossas categorias de base é a 63MKT, um nominho bem estranho, mas o que importa é que ela está fazendo um belo trabalho para o automobilismo nacional. E do outro lado aparece o Santander, que financiou a compra desses novos e atuais bólidos, corrigindo uma defasagem de oito anos, pois nossos F-3 usados até 2008 eram carros de 2001!!! Tem lógica?   O contrato do Santander, que usou sua bandeira brasileira de Banco Real, foi de R$ 3,6 milhões que serão usados para financiar a compra de parte dos 20 novos carros, possibilitando, assim, preparar melhor nossos pilotos para seguirem carreira fora do Brasil. Essa categoria é uma das portas de entrada para as categorias de ponta do automobilismo mundial. Entretanto, isso só não é o bastante para resolver a questão e, assim, os organizadores criaram uma categoria realmente de base, que é a F-Universitária, na qual devem participar umas dez universidades – e essa, sim, será a porta de entrada dos pilotos saídos do Kart. Essa é uma bela idéia, pois vai envolver pilotos, alunos e professores, que vão aprender com quem já é do ramo e criar novos caminhos nunca trilhados nem pelos profissionais do esporte e nem pelos professores, que certamente, depois de assimilarem o assunto, deverão apresentar novas e boas idéias. Esta é a melhor parte deste projeto – juntar a experiência dos atuais profissionais do ramo com a capacidade dos professores que deverão mostrar novas soluções para muitas questões dentro dos boxes. Assim, o Brasil, além de pilotos, pode exportar técnicos e engenheiros para o staff dos grandes times.   A F-3 Lights volta a fazer parte do calendário. Será composta por aqueles pilotos que se derem bem na F-Universitária. Seguindo a evolução, subiriam para a Ligths os carros usados até 2008 e com uma pequena limitação de giros no motor, usando pneus de compostos mais duros, barateando ainda mais a disputa. Logicamente a Ligths de 2009 será composta por pilotos que já estiveram em 2008, com um esquema pobre ou por pilotos que, sem opção, estavam em outras categorias. A turma formada pela F-Universitária deverá estar pronta nas próximas temporadas. O que importa é que alguém viu o problema e fez alguma coisa para resolvê-lo. E, a partir de agora, teremos um novo celeiro de pilotos. Uma grande iniciativa, que já deveria ter sido tomada há tempos, mas os cartolas do nosso automobilismo só querem é cobrar anuidades, inscrições e carteirinhas e ... chega! Nunca adiantou falar deles, pois nada muda. Parabéns para quem merece; parabéns, mesmo!   Felicidades a todos!

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