Houve uma nova proclamação, com o surgimento de uma Nova República
Houve uma nova proclamação, com o surgimento de uma Nova República, no último 15 de novembro (aniversário da Proclamação da República). Finalmente, experimentamos novos tempos, respirando novos ares com as prisões de figuras famosas (no cenário político, econômico e empresarial), que começam a cumprir pena por delitos comprovados e devidamente julgados.
Quase todos os réus sentenciados pelo bravo ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, se apresentaram de maneira espontânea à Polícia Federal. Quase todos. Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil, mesmo depois de entregar seus dois passaportes – um, brasileiro; outro, italiano –, fugiu para a Itália. Venceu as fronteiras do Paraguai e obteve outro passaporte no consulado italiano de Assunção, favorecido por sua dupla cidadania – italiana e brasileira.
Pizzolato (cujo nome, ironicamente, lembra pizza) tem sido criticado por buscar na segunda pátria-mãe o colinho protetor, apesar de ter esse direito. Juristas afiançam que dificilmente a Itália o devolverá ao Brasil, a julgar por outros casos em que aquele país negou, mesmo quando solicitada a extradição de condenados que, como esse, tinham cidadania italiana. A Itália tanto pode manifestar interesse por trocar o brasileiro Pizzolato pelo condenado italiano Battisti, aqui asilado, quanto por dificultar essa troca.
E quando já se começava a imaginar que o julgamento do mensalão terminaria em pizza, Joaquim Barbosa colocou os condenados atrás das grades. Atingidos pelo furacão Barbosa, os réus devem ter se sentido nas Filipinas.
O povo espera, no mínimo, que essas prisões sejam seguidas de outras tantas em recantos nacionais onde viceje a corrupção e onde haja desvio de recursos públicos. “Um sonho intenso, um raio vívido de esperança à terra desce.” Que esses novos ares recobrem o ânimo dos brasileiros.