A 36ª edição do nosso GP de F-1 mais uma vez será realizada no final da temporada. Mesmo não sendo mais a última etapa do ano, tem grandes possibilidades de o título ser conquistado...
A 36ª edição do nosso GP de F-1 mais uma vez será realizada no final da temporada. Mesmo não sendo mais a última etapa do ano, tem grandes possibilidades de o título ser conquistado aqui. Não é a nossa torcida, mas pode acontecer. Temos a sorte de ainda realizarmos uma etapa desse mundial por aqui. A moto GP se foi e só temos a F-1 aqui ainda, porque enchemos o bolso do Verme de euros. Mas esquecendo a parte político-financeira, nosso GP é um caso a parte e é adorado pela comunidade da F-1. Para mim, a corrida começa meses antes da data oficial. É mais econômico e seguro comprar as passagens e reservar um hotel com antecedência. Uma vaga em hotel na data da corrida é mais difícil que acertar na mega sozinho. Temos a sorte de morar a apenas 500 km da pista. Durante muitos anos tive de viajar o dobro dessa distância para ver a corrida. No autódromo, vemos muitos argentinos, uruguaios, venezuelanos e outros povos vizinhos. Mas valia a pena pela pista e pela cidade, o Rio de Janeiro. E pensar que o melhor autódromo da América do Sul hoje está mutilado e, pior, com data marcada para morrer, ao se iniciarem as obras da Olimpíada de 2016. Hoje ajo dessa maneira, mas nem sempre foi assim. Algumas vezes, decidi ir para a corrida na madrugada de sexta-feira, sentado numa mesa do Coimbra, com amigos. Depois de meio alegres, fazíamos uma vaquinha, que normalmente dava só para a gasolina, e íamos para a corrida no carro de alguém da turma. Dinheiro do ingresso era coisa para se pensar na porta do autódromo. Voltando à magia que é presenciar um GP ao vivo, o som, o cheiro, a fisionomia das pessoas, a química do lugar é algo impagável e imperdível, as sensações ficam vivas em nossa mente por muito tempo. Se, por acaso, você estiver em dúvida, suba numa viatura e chegue à pista de manhã, assim você não vai precisar de hotel, e ingresso nunca falta na mão dos cambistas. Além disso, muitas das vezes é bem mais barato que os da bilheteria, pois você estará comprando apenas para um dia e se ele não for vendido, não vai valer nada depois da prova. Este ano, seremos representados apenas por Barrichello, que mesmo lutando pelo titulo, não é o favorito. Primeiro, a Brawn não o quer na frente de Button; segundo, ele nunca se deu bem na pista que ficava em frente à sua casa. Se não estou enganado, o melhor resultado dele foi um terceiro lugar. É certo que na era Ferrari, os italianos sempre deram um jeitinho para atrapalhar nosso piloto, chegando ao cúmulo de o deixarem sem gasolina durante a prova, só para ele não ganhar, já que o dono da equipe, Schumacher, havia abandonado. Se você acha que estou exagerando com a performance de Rubinho em Interlagos, veja iss Em 1993 ele abandonou por uma quebra de câmbio. Em 1995, o câmbio novamente. Em 1996, rodou na descida do lago perseguindo o alemão; 1997 ficou na largada sem acelerador, para sua sorte houve um grande entrevero no do Senna e deram bandeira vermelha, dessa foram ele pôde pegar o carro reserva, mas não demorou muito para abandonar novamente. Em 1998 foi traído mais uma vez pela caixa de marchas e, como das vezes anteriores, o abandono foi nos boxes. Já em 1999 a culpa foi do motor. No ano de 2000 foi a famosa pane hidráulica dos italianos, mais uma vez nos boxes. Em 2001, acidente na descida do lago. 2002, novamente a pane hidráulica dos italianos. 2003 foi o ano da vergonhosa pane seca. 2004 foi o ano do podium. 2007 o motor Honda foi o culpado. Ano passado terminou em décimo quinto a uma volta atrás. Com esse retrospecto será mais lógico torcer pelo Vettel, que não tem sua equipe atrapalhando e não tem a mesma “zica” de Rubinho, na pista que o viu crescer. Demorou, mas Felipe Massa voltou a sentar num bólido de F-1, aquela F 2007 com pneus de GP 2, que o alemão usou em agosto. Ninguém falou em tempo de volta, mas nosso piloto tinha um discurso dos mais otimistas. É como se o acidente não tivesse acontecido. Todos falam que a volta será apenas em 2010. Espero e torço fervorosamente para que não seja como segundo piloto da equipe. Felipe vai ter que fazer água para derrubar o hispânico dentro de sua segunda casa, como ele disse outro dia. Em 2010, se depender do Santander e de alguns integrantes da equipe, ele pode ser visita em sua segunda casa. Por outro lado, o inglesinho que ganhou o campeonato de 2008, que na verdade deveria ter sido do Massa, agora trabalha para vetar a chegada de Kimi Raikkonen na equipe McLaren. Ele não quer um companheiro competitivo, e alguns ainda dizem que ele manda na equipe de Working. Mas a Mercedes não manda nada? Isso ainda vai dar pano pra manga. Essa é a F-1, cheia de emoções, fatos estranhos e de atalhos. Assim vamos para Interlagos nesse final de semana, vendo tudo de perto, tudo aquilo que vemos pela telinha o ano inteiro. O cheiro, o som e aquele burburinho dos bastidores, que nunca aparecem na tv. Semana que vem contaremos tudo o que vimos e vivemos nos três dias de GP Brasil.