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Velho amigo

Ao sair da Uberatur, encontrei-me com o meu velho amigo Enildo Alves Bernardes

Gilberto Caixeta
gilcaixeta@terra.com.br
Publicado em 28/06/2011 às 19:42Atualizado em 17/12/2022 às 07:21
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Ao sair da Uberatur, encontrei-me com o meu velho amigo Enildo Alves Bernardes. Um mestrão de mãos cheias – compartilhamos o giz no colégio Objetivo –, intelectual, cientista de nascença, atuou no IFTM e creio que na Fazu também. Ele não tem o pedantismo da academia e nem a chatice dos gênios, é um homem simples. Ele é o reverso do estereotipo construído pelos intelectuais.

De bermudas e camiseta, ele estava acompanhado ou acompanhando a esposa e o casal de filhos e ficamos ali no passeio, matando a saudade com as nossas recordações e proseando sobre com quem convivemos ao longo de nossas estradas. Hoje, ele trabalha na Petrobras, cuida do setor de engenharia de processamento e ministra aulas para funcionários dessa estatal. Aos poucos, ele foi discorrendo sobre as suas atividades, até que me informou sobre a Universidade da Petrobras. Isso mesmo. A Petrobras tem uma universidade capaz de qualificar os seus funcionários, ampliar a investigação e repassar conhecimentos ao mundo. É considerada a melhor do mundo em seu setor. Sim, a melhor do mundo. E é ali, que ele atua. Qualificam profissionais, desenvolvem metodologias de preservação ambiental, de segurança e pesquisas para o setor petrolífero e todos os seus derivados, dialogam com o mundo através do conhecimento. São árabes e americanos, que deixam as suas terras e vêm para o Brasil se qualificarem nesse setor.

O Brasil está longe de ser um apagão humano neste setor, porque a Petrobras entendeu que sem investimento no conhecimento não poderia fazer os avanços que fez.

Enildo ficou ali na calçada a discorrer sobre esses avanços tecnológicos e da vanguarda universitária da Petrobras, numa simplicidade que sempre o caracterizou. Seus meninos não o puxaram pelas mãos, a esposa se conformou com o assunto e eu, que nada sabia sobre isso, fiquei a ouvi-lo, como se o tempo morresse em qualquer esquina no conhecimento. Hoje, as grandes empresas têm o seu centro de qualificação, a fim de dar sustentabilidade aos seus avanços tecnológicos e se diferenciarem no mercado internacional pela pesquisa, pela formação de pensadores, pela qualidade de seus produtos nos seus respectivos setores.

Por que as universidades não conseguem o mesmo para a educação brasileira em seus aspectos fundamentais? “A universidade deveria gerar conhecimento sobre como melhorar o ensino público. Na prática, porém, elas ignoram a Educação Básica”. Os cursos de pedagogia são uma mesmice teórica na formação de um conjunto de pedagogos sem ideias para a educação. O seu modelo atual é falido, tanto pelo conteúdo como pela didática. A carência de professores no Ensino Básico compromete a qualidade do ensino e as licenciaturas não repõem especialistas para atuar no chão da sala de aula.

Quem rompe a barreira da Graduação tem possibilidades reais na qualificação, mesmo com todos os labirintos impostos por mestres e doutores, guardiães de seus privilégios que minimamente dão de retorno à sociedade, com raríssimas exceções.

 

(*) Professor

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