Tendo passado os quarenta dias após as festividades de Natal, para cumprir as prescrições
Tendo passado os quarenta dias após as festividades de Natal, para cumprir as prescrições exigidas pela Lei, José e Maria, conforme o costume, levaram o Menino Jesus e o apresentaram no Templo. É a chamada festa da Apresentação, celebrada também como “festa do Encontro”. Ali no Templo, Jesus é reconhecido na sua identidade divina pelo velho Simeão e pela idosa Ana.
No templo de Jerusalém, aos doze anos de vida, Jesus faz um encontro com os doutores da Lei. Todos eles ficaram admirados com o nível de sua sabedoria e entenderam que Ele não era um adolescente qualquer. Suas perguntas e respostas eram intrigantes e provocadoras de madura reflexão. Com isso, Jesus revela seu papel missionário, de dar publicidade para a Palavra do Pai.
Na convivência diuturna, as pessoas estão naturalmente realizando encontros, fraternos ou não, que podem revelar o tipo de conduta ética que cada uma tem, se é adequada ou não. Existem encontros que ajudam a comunidade na construção do bem coletivo. Por outro lado, há encontros que maquinam maldades e destroem a paz entre as pessoas, porque ocasionam práticas de injustiça.
O cenário de encontros e reuniões que são realizados na cultura moderna é alarmante. A dignidade da pessoa humana está sendo substituída por valores que degradam e acabam matando quem mais deveria ser defendido. O nível de injustiça praticada por certas pessoas e empresas clama aos céus. O dinheiro e as riquezas materiais levam muitos agentes à perda da própria dignidade.
Estamos assistindo pela mídia a descoberta de tratativas de irresponsabilidade no caso dos rejeitos de Mariana e Brumadinho. Como se vê, foram muitos encontros realizados para esconder da população a realidade referente à insegurança em diversas barragens das mineradoras, principalmente em Minas Gerais. É lamentável que a pessoa humana seja colocada em planos aquém do mercado.
A Palavra de Deus provoca encontros de reflexão para um verdadeiro confronto da fé com a vida. É palavra que abomina a injustiça e provoca gestos de fraternidade, porque a vida humana é um dom de Deus. Ela ilumina a mente das pessoas para realizar encontros que privilegiam a justiça e a solidariedade para com os mais necessitados. O dinheiro não pode ser alvo destruidor.
(*) Arcebispo de Uberaba