No transcurso do mês de agosto e dentro da temática vocacional, damos evidência para a “vida religiosa”. Na Igreja Católica é chamado de “religioso” todo cristão que, na sua escolha vocacional, opta por pertencer a uma entidade, a um Instituto ou Congregação Religiosa. A vocação é fruto de uma escolha na vida com proposta de ação entendida como vontade divina.
A vida religiosa passa por momento de grandes desafios, principalmente aquelas mais antigas e tradicionais. Elas estão reféns da cultura do descartável, da instabilidade e mudanças galopantes, avessa às coisas tradicionais e estabilizadas. Valores que as sustentavam por séculos foram colocados no ostracismo. Vivem hoje num processo de esvaziamento e carência de novas vocações.
De um lado temos essas instituições citadas acima. Por outro lado surgem novas formas de vida cristã, novas experiências comunitárias de vida e com grande capacidade de atração. Surgem aqui e ali as chamadas “Novas Comunidades”, as de Vida e as de Aliança, com um jeito próprio de ser e de atuar na vida da Igreja. Podemos entender como novo modo de ação do Espírito Santo.
Em tudo isso é possível sentir os sinais de Deus na vida das Comunidades Cristãs. São símbolos e instrumentos da proximidade das pessoas com Deus. O Senhor se manifesta quando o vocacionado está disposto e aberto para cumprir com fidelidade sua missão. Fato que acontece em todas as Instituições Religiosas, mesmo com as dificuldades de umas e de outras para concretizar seus objetivos.
O clima secularista dos últimos tempos e as sombras vividas pela Igreja em relação existencial de alguns de seus membros no exercício de sua vocação têm preocupado o Papa Francisco. As cobranças quanto ao fiel testemunho de vida têm aumentado, e com plena razão, porque não podemos continuar com uma Igreja muito ferida na sua identidade pelos seus próprios membros.
Com as fortes exigências dos últimos séculos, é necessário inaugurar um novo tempo para a vida da Igreja. É fazer o que Jesus fez na cruz, vencendo a morte com a vida. Esta é a missão dos novos vocacionados, seja nas Instituições tradicionais, seja nas Novas Comunidades, revitalizando a conduta de seus membros para fazer da Igreja instrumento de evangelização para melhorar o mundo.
(*) Arcebispo de Uberaba