Ao sair esta crônica já estaremos rindo ou chorando – dependendo apenas do resultado do jogo Brasil – Coreia
Ao sair esta crônica já estaremos rindo ou chorando – dependendo apenas do resultado do jogo Brasil – Coreia. Os jornais escritos e falados e televisivos continuarão contando nossos horrores diários. Vamos esquecer aquela jovem advogada morta e encontrada na represa de São Paulo. Também aquele pai tarado que colecionava filhos com a sua filha. Também o filho de Romeu Tuma, que era tido como pai-delegado dureza, e o Tuma Junior é demitido por corrupções...
A campanha eleitoral prossegue. Serra e Dilma parecem santos de oratório sertanejo, só faltam velas em suas dedicações aos pobres e desvalidos. Lula vem a Uberaba, conversa expertamente as negociações quase promessas em nosso benefício, que não vai esquecer... Aliás, a foto de dois ilustres vereadores ao cumprimentá-lo parece demonstrar a reverência de anjos ao Deus todo poderoso. As notícias exaltam o crescimento e a competência do Brasil no mercado financeiro internacional, o tal pré-sal parecendo carro-alegórico de escola de samba.
Todo mundo feliz, nesta véspera em que escrevo – o céu está azul. Penso comigo, sempre em felicidade: vamos massacrar o time da Coreia, porteira para o hexa. Tudo bem, tubo bem. Mas – e a vida sempre pode surpreender – e se a gente perde, ou simplesmente empata? Aí teremos uma quarta-feira sofrida e protestante, e nesta hora vão aparecer os pessimistas lembrando ruindades e pedindo a cabeça e o resto do Dunga. Deus nos livre, penso, mas sempre me acontece o que aparece nas páginas do noticiário extra-futebol.
Olho, e vejo aqui dois desastres fatais e gêmeos: carro de passageiros vai ultrapassar carretas bi-trem, bate de frente, todos morrem. E penso, porque já passei este apuro e contei: carretas tomaram conta do trânsito rodoviário. Enormes, e caminham juntas. Você tem pressa, vai ultrapassar... e de lá vem outra gigante. Pior de noite, onde este tipo de carreta não poderia transitar. E outra consideraçã porque não limitar o trânsito destas gigantes às rodovias de pista dupla, onde ultrapassagem é fácil e dirigida? Em pista simples até o anjo da guarda pula do carro. Caramba, olha eu de novo protestante.
Chega, penso, não é hora de pensar e criticar sofrimentos. A hora é da Copa, vou ver se compro uma vuvuzela, e viva o Brasil!
(*) médico e pecuarista