Markito vestiu famosas como Xuxa e Diana Ross, mas morreu no auge de sua carreira em decorrência da Aids (Foto/Reprodução)
Há 40 anos morria o primeiro brasileiro a ter o diagnóstico de Aids, o estilista uberabense Markito. Ele foi um dos profissionais da moda mais festejados do Brasil. Entre o fim dos anos 1970 e o início dos anos 1980, ele desenhou vestidos de alta-costura para estrelas nacionais, como Sônia Braga, Xuxa, Mila Moreira e Marília Gabriela, além das americanas Diana Ross, Liza Minnelli e Farrah Fawcett.
Uma das explicações para Markito não ser hoje tão lembrado está no fato de sua carreira ter sido curta demais. Ele morreu tendo apenas 31 anos de idade, em 1983, em decorrência da Aids — na época chamada pelos jornais de “câncer gay”.
O estilista recebeu tratamento contra a doença, até então desconhecida pela ciência, no então Hospital Escola da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro (FMTM). Na equipe médica estavam os doutores Aluízio Prata e Paulo Mesquita.
Marcus Vinícius Resende Gonçalves, conhecido profissionalmente como Markito, nasceu em Uberaba, em 5 de abril de 1952. O estilista foi a primeira figura pública do Brasil vitimada pela Aids. Por essa razão, pode-se dizer que faz exatos 40 anos que os brasileiros temem o HIV e lutam contra a epidemia.
Alguns brasileiros já haviam perdido a vida pela mesma razão, com o sistema imunológico colapsado, mas os médicos não sabiam que doença era aquela. Como Markito morreu nos Estados Unidos – país pioneiro ao apontar, em 1981, a existência da Aids –, o diagnóstico dele pôde ser fechado com segurança.
Campanha. No último mês do ano, acontece a campanha Dezembro Vermelho, instituída pela Lei 13.504/2017, que promove a prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas que vivem com HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis. Segundo o Ministério da Saúde, é importante destacar que ter HIV não é o mesmo que ter Aids, pois há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentarem sintomas e sem desenvolverem a doença. O vírus pode ser transmitido a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção. Por isso, é essencial se proteger em todas as situações e fazer regularmente o exame.