O número de faltas da Oficina Ortopédica Itinerante Terrestre de Diamantina (OOIT) chega a 50% dos agendamentos. Segundo Eunice Simões, diretora de regulação ambulatorial, havia a expectativa de atendimento para mais de 200 pacientes, no entanto, metade não compareceu. O foco da terceira edição do projeto está na distribuição de cadeiras de rodas e de banho.
A diretora explica que, neste primeiro momento, é feita a medição para a montagem do equipamento, que deve ser entregue em um prazo de 120 dias. “Eles receberão cadeiras de rodas adaptadas, motorizadas ou comuns, dependendo da necessidade, além da cadeira de banho”, explica.
Já a fisioterapeuta e participante do projeto, Erika Cruz, ressalta que, além da medição, a análise realizada nesta primeira etapa é importante para compreender as necessidades do paciente. Ela destaca que um aspecto muito positivo é o fato de o projeto não ter um limite para cada tipo de equipamento.
“A avaliação determina se o paciente precisa de uma cadeira adaptada. As crianças e os adultos com paralisia cerebral tendem a ter sequelas de outras doenças neurológicas da infância, resultando em desvios posturais significativos. Então, são feitos todos os ajustes posturais para essas cadeiras adaptadas. Eu achei bem bacana a fala do Reinaldo, que é o fisioterapeuta que vem na sessão. São 220 vagas, se os 220 precisarem de cadeiras motorizadas, nós fornecemos 220 cadeiras motorizadas”, conta.
Erika relata que, até o momento, 169 pessoas foram contatadas, enquanto outras 93 estavam inacessíveis, sem contar os óbitos. A fisioterapeuta menciona que a equipe tem encontrado dificuldade em contactar os pacientes, atribuindo isso à desatualização cadastral, visto que a demanda está reprimida desde 2015.
“Era uma lista que pegamos no Hospital Escola (Hospital de Clínicas da UFTM), com pacientes inseridos desde 2015, muita gente aguardando. Todas as filas de OPM (Órteses, Próteses e Meios Auxiliares de Locomoção) têm essa demanda antiga. Muitas pessoas trocaram o número de telefone, são contatos que não existem mais, ou as pessoas hoje não atendem telefone, percebemos isso”, relata.
O perfil dos pacientes atendidos inclui pessoas com sequelas neurológicas ou trauma raquimedular de acidentes automobilísticos, traumatismos cranioencefálicos graves, acidentes cardiovasculares, acidentes vasculares encefálicos, paralisia cerebral, entre outros. “A maioria são crianças ou adultos já com sequelas de paralisia cerebral. Então, já é um processo intraútero”, conta Erika.
Eunice antecipa que deve ocorrer uma 4ª edição do projeto, entre os dias 6 e 9 de agosto, com foco na distribuição de órteses, próteses, calçados, palmilhas e bengalas.