Na contramão das facilidades disponibilizadas pelos bancos para quem apresenta altas cifras no comprovante de renda, a abertura de contas correntes para o trabalhador está cada vez mais difícil. “Não pode ter dívida fiscal, com SPC ou Serasa”, conta Marcos Edmundo França, gerente geral da Caixa Econômica Federal. Os documentos básicos necessários para abrir uma conta são CPF, identidade e comprovantes de endereço e renda. No entanto, o usufruto desses serviços está diretamente relacionado ao valor comprovado na comprovação de renda. “Cada caso é analisado individualmente, mas não existe um valor mínimo de renda para que a abertura da conta seja feita”, completa França. Em outro grande banco da cidade, o processo burocrático não é diferente. “Qualquer um pode abrir conta corrente, porém a utilização de serviços como empréstimos, limites de cheque especial e liberação de cartão de crédito depende de uma avaliação mais completa”, afirma o gerente do Banco do Brasil, Aílton Moraes. Segundo ele, aspectos da vida do usuário que contrata os serviços são esmiuçados, para posterior análise. “A disponibilização de crédito muda em função da situação de emprego da pessoa, se mora sozinho ou com os pais, se tem filhos ou se paga aluguel”, esclarece. Fatores como a posse de bens móveis e imóveis também influem na decisão. “Uma pessoa que ganha R$ 300, por exemplo, não pode pegar cartão de crédito”, diz o bancário. Em um dos serviços bancários mais acessados pelos clientes, o crédito para cheque especial, a diferença entre os valores máximos e mínimos oferecidos é discrepante. “O limite varia entre R$ 50 e R$ 40 mil. Depende dessa análise”, conclui Aílton.