Apesar de pequenas alterações no preço, clientes conseguem solicitar corridas normalmente pelo app da Uber e similares; em grupos de WhatsApp, motoristas divergem sobre a paralisação
(Foto/Divulgação)
Paralisação nacional divide os motoristas de aplicativo em Uberaba e a adesão é pouco significativa nesta segunda-feira (15). Os usuários amanheceram preocupados com a oferta de veículos, mas no decorrer da manhã o clima de normalidade tem prevalecido. Isso porque muitos motoristas optaram, inicialmente, por trabalhar no aplicativo concorrente da Uber e 99, o InDrive, causando revolta nos manifestantes. Pouco a pouco, a oferta nos apps "tradicionais" também se normalizou. O Jornal da Manhã acompanha o caso.
O "dinâmico" se refere ao aumento do valor das corridas ao ter poucos motoristas e muita demanda de corrida. Porém, com a falta de adesão à paralisação, o preço se manteve o mesmo do padrão criticado e reivindicado pelos motoristas.
No início da manhã desta segunda-feira (15), passageiros relataram dificuldades ao pedir corridas nos aplicativos mais tradicionais, mas afirmam que nos aplicativos concorrentes não tiveram problemas.
"500 motoristas por metro quadrado no Indrive", relatou um motorista em grupo de mensagens por aplicativo.
"Todos querem melhoria, mas nem todos correm atrás, cada um faz o que acha melhor e assim segue a vida", afirmou outro motorista indignado.
"Nunca existiu união", comentou outro motorista indignado com os colegas que decidiram trabalhar pelo app concorrente.
Mais cedo, um deles revelou que, apesar de considerar justa a manifestação, não tem condições de cruzar os braços, porque o dinheiro lhe faz falta para quitar as contas no fim do mês. "Meu carro é alugado. Além disso, tenho muitas contas a pagar no fim do mês. Nos grupos estão falando em retaliações, mas não tenho como ficar parado", conta um, que prefere manter sua identidade em sigilo.
Durante o JM News 1ª Edição, da Rádio JM, nesta segunda-feira, ouvintes mencionaram a existência de um aplicativo de Uberaba, mas que poucos motoristas aderiram. "Aqui em Uberaba temos o Vetor Driver, que é daqui da cidade mesmo", comentou um deles. "Sou motorista de app e essas paralisações não adiantam nada, só atrapalham a população e nós motoristas. Motorista é uma classe desunida, temos um app 100% de Uberaba, com preços justos e taxa baixa e preferem torcer contra", diz outro.
Conforme informou o Jornal da Manhã, mais de 120 motoristas de Uberaba devem aderir à paralisação nacional. Entre as principais reclamações dos motoristas está a porcentagem arrecadada pelas empresas em cada corrida que, em alguns aplicativos, pode chegar a 40%. Conforme relato de motoristas uberabenses, a maioria precisa se cadastrar em, pelo menos, três aplicativos, para conseguir um lucro substancial no fim do dia.
A última paralisação voltada ao reajuste de tarifa aconteceu em fevereiro de 2021, em Uberaba. Depois dela, o desafio da categoria se voltou aos altos preços dos combustíveis, acentuados em 2022, gerando, além de paralisações, uma onda de evasão entre os motoristas, que desistiram da profissão. No entanto, no fim do ano, com a retirada do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o preço dos combustíveis, a situação se estabilizou.