Africanos buscam em Uberaba tecnologia e conhecimento para a produção de arroz

Uberaba recebeu a visita do presidente da Federação Nacional das Associações Agrárias de Moçambique (Fenagri), Hernani Mussanhane, e do pesquisador e consultor da Coalizão do Desenvolvimento do Arroz na África (Card), Carlos Gandarela. Eles se reuniram com representantes de instituições de Ensino Superior com o objetivo de fechar parcerias para a formação de mão de obra e exportação de tecnologia para a plantação de arroz no continente africano.

Membro da Câmara de Comércio Brasil-África, Sinfrônio Júnior, que também é diretor institucional do Centro Internacional de Inovação e Transferência de Tecnologia Agropecuária (Ciitta), disse que essa parceria deve ser realizada com a Universidade de Uberaba (Uniube) para a formação de 50 mil jovens em Ciências Agrárias e mais 400 extensionistas para plantações de milho, arroz, soja e cevada.

Conforme Sinfrônio, o Card reúne 32 países produtores de arroz na África. “Esses países buscam hoje a autossuficiência na produção de arroz. O que acontece é que parte do produto consumido na África vem da Ásia. Mas, com o crescimento populacional no continente asiático, a produção do arroz é praticamente toda voltada para o consumo interno. Por isso, está se buscando meios de modernização da produção na África. É um continente com grande extensão de terra e muita água, precisa de investimento em tecnologia”, ressaltou.

Dentro da programação de parceria entre Brasil e África, com a participação de Uberaba, está previsto encontro de países de língua portuguesa no continente africano, mais o Brasil, Portugal e o Timor Leste (Ásia). Segundo Sinfrônio, esse encontro deve ocorrer em setembro, em Uberaba.

A comitiva africana também esteve no Rio Grande do Sul, onde conheceu técnicas para incrementar a produção de arroz.

Hernani Mussanhane destacou os esforços que o governo moçambicano realiza no setor agrícola, enfatizando que “temos grande interesse na transferência de tecnologia por meio de equipamentos adequados para potencializar os nossos agricultores e tornar o país mais competitivo à semelhança desta região do Brasil”.