CIDADE

Agosto ainda é visto como mês do azar

Da Redação
Publicado em 16/08/2009 às 16:16Atualizado em 20/12/2022 às 11:07
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Conhecido como mês do desgosto ou do azar, agosto é o mês menos procurado para realização de casamentos. A superstição rodeia países do mundo inteiro e até mesmo já caiu no ditado popular com a expressão “casar em agosto é lágrima no rosto”.

A explicação mais antiga vem dos romanos, que nomearam Agosto, o oitavo mês do ano, para homenagear o Imperador Augusto. Eles acreditavam na existência de um dragão enorme e horrível que cuspia fogo durante todo esse mês.

O mês azarento também preocupava as mulheres portuguesas, na época das grandes navegações, que não se casavam nesse mês, já que era época dos navios das expedições saírem à procura de novas terras. Então casar em agosto poderia significar passar a lua-de-mel sozinha e ainda correr o risco de ficar viúva. Além da história, ainda existem as casualidades ocorridas nesse mês, como a Primeira e Segunda Guerras Mundiais, epidemia da raiva no Brasil, construção do muro de Berlim, além de inúmeras invasões, suicídios, revoluções e terremotos.

Muitas pessoas não só acreditam nessas crendices, como mudam suas vidas por causa delas. “O pessoal ainda têm muita superstição, e o número de pessoas que procuram pelos nossos serviços diminui bastante. Este ano, por exemplo, quase não iremos trabalhar na realização de casamentos”, explica Newton Ferreira Lacerda, sócio e diretor administrativo de uma agência de cerimoniais, especializada na organização de casamentos. Dados do cartório de Registro Civil em Uberaba também comprovam a queda de casamentos nessa época. Agosto, por exemplo, são 38 casamentos marcados, contra 90 realizados em julho.

Fernanda Oliveira Lobato, telefonista, preferiu não arriscar e marcou a cerimônia para outubro. “Nós até queríamos adiantar a data para agosto, mas por coincidência ou não esse mês é marcado por más notícias na minha família, como descobertas de doenças, demissões, fases difíceis e até perda de familiares”.

Já a cabeleireira Pricila Feijó de Souza marcou o casamento para o dia 8, e para ela o mês não interfere em nada. “Temos como exemplo tantos casamentos que são realizados em maio, o famoso mês das noivas, e acabam em separação e outros casados em agosto e que já estão juntos a 20, 30 anos”. Segundo a cabeleireira, vários conhecidos e até mesmo familiares chegaram a falar sobre o mês azarento, mas não foi o bastante para ela desistir da data.

Pricila ainda ressalta a vantagem de que nesse mês os estabelecimentos especializados em casamento são mais vazios. “Há mais opções de vestidos de noivas, os salões de beleza estão menos movimentados, agendas de bufês com vários horários, por isso é a hora de aproveitar e desencanar da crendice”.

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