FILA ELETRÔNICA

Ambulatório de Saúde Mental ainda não tem data para ampliar atendimento em Uberaba

Desde o início dos trabalhos, cerca de mil pessoas já foram retiradas da fila eletrônica, contingente relativo a 25% do total represado

Rafaella Massa
Publicado em 03/08/2023 às 16:57
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Ambulatório de Saúde Mental, no Instituto Maria Modesto, atende média de 80 pacientes por semana em Uberaba (Foto/Arquivo/JM)

Ambulatório de Saúde Mental, no Instituto Maria Modesto, atende média de 80 pacientes por semana em Uberaba (Foto/Arquivo/JM)

Aproximando do limite de atendimentos da primeira equipe, ambulatório de Saúde Mental já estuda a ampliação para a segunda equipe, das três previamente acordadas, para mitigação da fila eletrônica no município. Desde abril, quando iniciou os trabalhos, o ambulatório já atendeu cerca de mil pacientes, reduzindo o montante de pessoas à espera por atendimento em 25%. Essa segunda equipe ainda deverá ser destinada ao público adulto e, futuramente, a terceira equipe a ser estruturada atenderá crianças e adolescentes. As informações são do psicólogo e gerente do Instituto Maria Modesto – que é o gestor do ambulatório –, Sérgio Marçal. 

“Com avaliação positiva da primeira equipe e tendo retirado mais de mil pessoas da fila, das quatro mil que esperavam, ou seja, um quarto dessa fila foi exterminado, o que é um indicador positivo. Nós nos colocamos abertos para pensar agora na segunda e na terceira equipes. Importante destacar que esse serviço está num complexo de saúde mental filantrópico, vinculado à Uniube, foi demandado pela própria gestão local do SUS [Secretaria Municipal de Saúde] diante do crescimento em progressão geométrica dessa fila. Atendemos uma primeira parte, mas como ali a equipe tem um limite de pacientes atendidos, assim como demandada a primeira, foram cogitadas outras duas equipes. Então, a equipe que hoje funciona é a equipe um de três. Há previsão de uma segunda equipe de adultos, essa equipe atual atende adultos, e a terceira para crianças e adolescentes”, explica Marçal. 

Ao Jornal da Manhã, Marçal aponta mudança na curva de atendimento no ambulatório de Saúde Mental, que, a princípio, tinha como maioria a população idosa. “Nós entendemos que os idosos foram priorizados na fila por uma questão legal, mas hoje nós já temos pessoas na faixa etária de 30, 40 e 50 anos, já mesclou bastante. Os idosos ainda chegam e acredito que esse também um indicador da necessidade da segunda equipe, porque nós passamos a cuidar de pessoas em idade produtiva para que elas tenham estabilização do quadro psiquiátrico, qualidade de vida e manutenção da sua vida produtiva, vínculos familiares, algo muito importante que é preconizado dentro da política de saúde mental também”, esclarece. 

Desde o início dos atendimentos, em abril, já foram retiradas mil pessoas das 4 mil que aguardavam por atendimento em Saúde Mental na fila do SUS em Uberaba. Segundo Sérgio Marçal, apesar do primeiro mês ter sido marcado por diversas faltas, hoje há uma boa adesão por parte dos pacientes, sendo que o número de faltas em retornos foi zerada e a falta nas primeiras consultas teve queda significativa. “Nós estamos prontos. Quando houver a ordem do gestor local do SUS, detentor do contrato, para implantar a segunda e também a terceira equipe”, reforça Marçal. 

Vale lembrar que, uma vez atingida a capacidade de atuação da primeira equipe e, sem que a segunda esteja estruturada, há grande possibilidade que a fila de pacientes à espera trave novamente.  

Sérgio Marçal ressalta que o tratamento infanto-juvenil é desafiador em Uberaba, visto que a oferta de atendimento destinada a esse público é diminuta. “Uberaba não tem ambulatório de saúde mental infanto-juvenil e tem apenas um CAPSi que trata o [caso] grave. E o ambulatório pode evitar com que essa criança ou adolescente fique grave. Então, é um passo muito importante”, explica. 

A carência de psiquiatras infantis pode ser suprida também por subespecialização de residência médica ofertada pela Uniube, mantenedora do Instituto Maria Modesto. “É uma demanda extremamente relevante, principalmente tendo em vista o adoecimento mental das nossas crianças e adolescentes, a compulsão por tecnologia e as diversas vulnerabilidades sociais que vêm nessa transição de momento social que nós vivemos da sociedade, das famílias”, comenta. 

A expectativa é que as segunda e terceira equipes chegue simultaneamente com a ampliação do Instituto Maria Modesto, que aguarda autorização da Vigilância Sanitária estadual para reforma do local. Uma vez iniciadas, as obras deverão contemplar, a princípio, urgência e emergência e o Hospital Dia, com expectativa de finalização total do complexo de Saúde Mental em dois anos. “O ambulatório já está funcionando e nós temos condição de ampliar, a depender de sinalização da Secretaria Municipal de Saúde e a internação hospitalar psiquiátrica segue normal”, finaliza Marçal. A reportagem do Jornal da Manhã acionou a assessoria de imprensa da SMS para quando há sinalização para abertura da segunda e terceira equipes. Em nota, a pasta não esclareceu um possível cronograma nem se há intenção, por ora, para a ampliação, restringindo-se a dizer que “com a revogação da portaria 3.588 de 2017, o Município está em contato com a Regional de Saúde e acompanhando as novas normativas do Ministério da Saúde quanto aos direcionamentos relacionados à equipe multiprofissional”.  

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