Cresp funciona, momentaneamente, no Centro de Testagem e Aconselhamento, no Abadia (Foto/Google Maps)
Já está em funcionamento, com sede própria, o Centro de Referência em Saúde da População LGBT+ (CRESP) em Uberaba. Com uma equipe multiprofissional composta por psicólogos, clínicos gerais, assistentes sociais e enfermeiros, o local está disponível para realizar o acolhimento em saúde da população LGBT+, sem necessidade de agendamento e com amplo horário de funcionamento das 7h às 17h. O CRESP está localizado no bairro Universitário, na rua Minas Gerais, 744.
"O pessoal tem gostado muito, principalmente da área psicológica. Temos tido muito sucesso com uma equipe muito competente que está desempenhando um ótimo trabalho. E é importante ressaltar que aqui em Uberaba estamos dando um passo gigantesco nesse sentido. Este é o terceiro ambulatório específico para a comunidade no país", explica a coordenadora de Políticas Públicas para a comunidade LGBT+, Lucimira Reis.
Para o próximo ano, Lucimira informou que também fará parte da equipe médica um endocrinologista específico para a área de hormonização, comumente utilizada pela comunidade para reduzir características atribuídas ao gênero designado ao nascimento e induzir as características desejadas pela pessoa.
Anteriormente, o CRESP, inaugurado em janeiro deste ano, funcionava dentro do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e, há pouco mais de um mês, ganhou sede própria. De janeiro a novembro foram realizados 602 atendimentos.
Números preocupantes
Segundo informações do 1º Mapeamento LGBTQIAP+ de Uberaba, realizado nos anos de 2022 e 2023, a comunidade na cidade apresenta números preocupantes relacionados à saúde, como, por exemplo, um grande número de pessoas com depressão.
Os dados mostram que cerca de 90% desse público já sentiu sintomas de depressão; 96%, sintomas de ansiedade; 67,7%, ataques de pânico; 22% disseram que já se automutilaram; 56% já tiveram ideias suicidas; 25%, tentaram se matar; 52%, fazem uso abusivo de álcool ou drogas; 68% sentem falta de serviços especializados em saúde mental; e 44% realizam tratamento com psiquiatra ou psicólogo.