Neste mês de novembro o Centro de Referência em Saúde da População (CRESP) LGBT+ completa um ano de atividade. Segundo a enfermeira Marilucia Pio, até setembro deste ano a unidade realizou 1.397 atendimentos. No entanto, assim como as Unidades Básicas de Saúde, o CRESP possui um desafio: reduzir as faltas em consultas.
Marilucia conta que o total de agendamento até setembro deste ano é de 2.074, sendo que 677 faltas foram registradas. Dessa forma, o número de comparecimentos chega a 67%. “A gente faz uma busca ativa, confirma a presença sempre quando tem a consulta. A gente manda uma mensagem um dia antes”, relata.
Entre as justificativas dos faltosos está sempre o trabalho. No entanto, Marilucia afirma que alguns pacientes sequer explicam o motivo da ausência, o que dificulta identificar a razão. A enfermeira conta que, em alguns casos, o motivo dessas faltas se atribui a impaciência dos pacientes em seguir o processo de tratamento.
“A gente acolhe o paciente e tem uma visão holística dele, é um todo. Tem paciente que chega e quer o atendimento para ontem. Quer a hormonioterapia para ontem. E não é assim. A gente tem um processo. Ele [o paciente] passa por acolhimento, passa por entrevista com o psicólogo, vê toda a condição dele para depois fazer a prescrição do hormônio”, analisa.
Marilucia ainda acende um alerta para a compra ilegal desses hormônios e o uso indiscriminado. Conforme a enfermeira relata, o consumo desses medicamentos deve ser feito com prescrição médica, orientação e acompanhamento. “Algumas pessoas conseguem fazer a compra e uso dos hormônios por meios ilegais porque é mais rápido. Mas é mais perigoso, porque não há acompanhamento. Já chegou aqui gente com problemas sérios. Hoje em dia é menos”, finaliza.