CIDADE

Bancários firmam acordo contra assédio moral

Dirigentes do Sindicato dos Bancários de Uberaba comemoram o acordo inédito assinado na última semana

Fernando Natálio
Publicado em 04/02/2011 às 23:47Atualizado em 20/12/2022 às 01:51
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Dirigentes do Sindicato dos Bancários de Uberaba comemoram o acordo inédito assinado na última semana, estabelecendo mecanismos de combate ao assédio moral nos bancos. Agora, os trabalhadores terão nas instituições financeiras e no sindicato, canais de comunicação mais seguros para denunciar os casos. Os bancos terão até 60 dias corridos para apurar as informações e tomar providências.

De acordo com Maurício Souza, presidente do Sindicato dos Bancários de Uberaba, “esta foi uma conquista importante, pois vai evitar que os funcionários sofram ações nos bancos como chacotas, ameaças de demissão, gritos ou mesmo cobranças repetitivas sem fundamentação”.

Pelo acordo, todo trabalhador que se considerar exposto a situações humilhantes e constrangedoras, como sobrecarga de trabalho, ofensas e desmoralização pública, podem registrar denúncia diretamente no banco ou por meio do sindicato. Para fazer a denúncia, no entanto, é necessário que o trabalhador se identifique. As denúncias anônimas serão apuradas fora do programa.

Maurício lembra que em Uberaba, no ano passado, foram denunciados oito casos de assédio moral em bancos. “Quase todos os bancos já tiveram situações desta natureza e vamos continuar lutando contra estes problemas”, afirma. Segundo ele, estas denúncias chegaram ao Ministério do Trabalho e têm sido apuradas, gerando, em alguns casos, indenizações e reintegrações quando ocorrem demissões destes funcionários vítimas destes assédios.

Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), mostra que oito em cada dez funcionários de bancos brasileiros afirmam que o assédio moral é o maior problema que enfrentam no trabalho. O levantamento foi feito em junho do ano passado, com 1.203 empregados de bancos de todo país. Para a grande maioria, o combate aos abusos dos chefes é a ação mais importante a ser promovida por empresas e sindicatos.

Participações. O acordo estabelecendo mecanismos de combate ao assédio moral nos bancos foi firmado com a participação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Central Única dos Trabalhadores (CUT), os sindicatos dos bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

Para o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), autor do projeto de lei (PL) 7202/2010, que inclui o assédio como acidente de trabalho e está em tramitação no Congresso Nacional, este acordo será um instrumento importante para convencer o Congresso Nacional a aprovar o PL.

Além de Berzoini, também assinam o projeto de lei os deputados federais Pepe Vargas (PT-RS), Jô Moraes (PCdoB-MG), Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) e Roberto Santiago (PV-SP).

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