A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de autorizar as instituições financeiras a renegociar os contratos de produtores que enfrentam dificuldades sem a necessidade de uma autorização prévia do Governo Federal foi bem aceita pelo Sindicato Rural de Uberaba (SRU). De acordo com o presidente Rivaldo Machado Borges, o fato de os bancos terem autonomia para dinamizar o processo de renegociação é uma iniciativa prudente, uma vez que atenderá às particularidades de cada região, de acordo com as diferentes dificuldades que cada estado enfrenta. “Estar junto com o produtor rural, que passa por dificuldades generalizadas devido a vários fatores, é um grande passo”, salienta. No entanto, o dirigente entende que é preciso haver uma reformulação na política nacional, no sentido de auxiliar o produtor não só a sanar as dívidas contraídas, mas também para que elas não sejam mais geradas. “São necessários prazos alongados e juros acessíveis para que o produtor não fique ainda mais endividado. O governo sinalizou com um projeto de renegociação de dívidas, propondo parcelamentos até o ano de 2026, com juros de 3% ao ano. Se aprovado, será ótimo para o setor”, afirma, reforçando que a classe rural não está na atual situação por falta de responsabilidade, e sim por conta da ingerência de uma política econômica insatisfatória, que não promove a queda nos preços dos insumos e de outros gastos com a produção.