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O vírus sincicial respiratório (VSR) é o principal causador da bronquiolite, uma infecção pulmonar aguda que acomete principalmente crianças com menos de dois anos de idade. Durante o outono, a circulação do VSR costuma aumentar, elevando também o número de casos diagnosticados. Segundo o pediatra Sandro Penna, a doença provoca inflamação nos bronquíolos dos pulmões e pode causar sintomas agravados, exigindo atenção redobrada nesta época do ano.
Em entrevista ao JM News, o médico explica que a sazonalidade da bronquiolite tem relação direta com o comportamento do vírus responsável por desencadear a doença, que circula com maior intensidade entre os meses de abril e junho. “É uma doença parecida com a gripe, mas costuma provocar um quadro pulmonar mais grave. Para ter certeza, é preciso isolar o vírus e dosá-lo. De qualquer forma, a bronquiolite tem uma clínica muito típica. Fatores como a sazonalidade, a idade – geralmente bebês – e a gravidade do quadro ajudam a indicar que se trata do vírus sincicial”, destaca.
O pediatra ainda alertou que adultos com sintomas leves, como coriza, podem estar contaminados com o VSR e transmitir o vírus para as crianças. “Às vezes, o adulto nem sabe que está com o vírus sincicial e acaba transmitindo para o bebê, que desenvolve o quadro completo da bronquiolite”, ressaltou.
Para prevenir os casos mais graves da doença, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece doses com anticorpos monoclonais contra o VSR para bebês. Além disso, em fevereiro de 2025, o Ministério da Saúde anunciou duas novas alternativas preventivas, com o objetivo de reduzir as hospitalizações e complicações decorrentes da bronquiolite, especialmente durante o período de maior circulação do vírus. Uma dessas marcas de anticorpos já está disponível também na rede particular. No entanto, Penna destaca que o medicamento tem um alto valor de mercado e seu efeito é de pouca duração.
“Até então, esse medicamento só estava disponível na rede pública e com indicações bem específicas. Mas, no ano passado, foi lançada uma nova marca, que passou a ser vendida na rede particular e liberada para qualquer lactente após o nascimento. Agora, qualquer pessoa pode ter acesso a esse anticorpo, que oferece proteção sazonal contra o VSR. No entanto, ele tem um custo elevado e sua duração é de apenas 3 a 4 meses, sendo necessário refazê-lo no ano seguinte para garantir a continuidade da proteção”, esclarece o pediatra.
Dessa forma, a recomendação continua sendo a prevenção, especialmente para crianças com maior predisposição à doença. Evitar o contato próximo com pessoas resfriadas ou gripadas e tomar precauções ao tossir ou espirrar, cobrindo a boca e o nariz, são atitudes fundamentais para reduzir os riscos de transmissão do VSR e proteger a saúde dos pequenos.