Fenômeno conhecido como Anomalia Magnética do Atlântico Sul preocupa NASA e cientistas brasileiros
Localizada sobre o Brasil e parte do oceano Atlântico, essa região permite a entrada mais intensa de radiações solares e cósmicas na atmosfera (Foto/Reprodução)
Uma área do planeta onde o campo magnético é mais fraco, conhecida como Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), tem chamado a atenção de cientistas e motivado alertas da NASA. Localizada sobre o Brasil e parte do oceano Atlântico, essa região permite a entrada mais intensa de radiações solares e cósmicas na atmosfera, o que pode gerar riscos para a saúde humana e também para sistemas tecnológicos.
Segundo a climatologista Wanda Prata, a anomalia tem enfraquecido drasticamente a proteção natural que o campo magnético oferece. “Perdemos metade da nossa proteção atmosférica. A radiação que entra pode causar problemas sérios, como câncer de pele”, explicou. Ela reforça a importância de cuidados com a exposição ao sol, especialmente em regiões afetadas, como o Sudeste e o Centro-Oeste do Brasil.
O campo magnético da Terra atua como um escudo contra partículas carregadas vindas do Sol. Porém, dentro da AMAS, essa barreira é muito mais frágil. A NASA descreve a região como um "amassado" no campo magnético, que expõe satélites e estações espaciais a altos níveis de radiação, podendo danificar equipamentos e comprometer missões.
A origem do fenômeno está relacionada à movimentação do ferro fundido no núcleo externo da Terra. Cientistas apontam que uma grande massa de rochas densas, localizada sob o continente africano, interfere no fluxo do magma e enfraquece o campo magnético nessa parte do planeta. A inclinação do eixo magnético da Terra também contribui para a formação desse “ponto fraco”.
Além dos riscos para o espaço, a anomalia pode impactar sistemas na superfície, como GPS, comunicações por rádio e redes elétricas, especialmente durante tempestades solares. A expansão da AMAS tem sido monitorada com preocupação por pesquisadores, que avaliam inclusive se o fenômeno pode indicar o início de uma reversão dos polos magnéticos da Terra — um processo raro, mas natural ao longo da história geológica.
Com a sociedade cada vez mais dependente de tecnologias sensíveis ao ambiente espacial, o avanço da AMAS representa um novo desafio. A NASA e outras agências espaciais acompanham o fenômeno de perto por meio de satélites dedicados, tentando entender melhor seus efeitos e prevenir maiores impactos para a população e para as estruturas tecnológicas em todo o mundo.