Captação irregular nos rios que abastecem Uberaba pode ser fiscalizada na seca
Com sistema de transposição do rio Claro acionado e previsão de chuva somente para setembro, a Codau já está com plano de contingenciamento pronto (Foto/Divulgação/Arquivo JM)
O período de estiagem começa em breve em Uberaba e, com ele, chega também a preocupação com o abastecimento de água. O presidente da Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas (Codau), Rui Ramos, alertou para a retirada de água da superfície ou de menor profundidade, o que impacta diretamente os níveis dos lençóis freáticos, comprometendo a vazão dos rios.
Em entrevista à Rádio JM, há um histórico desse tipo de captação na região do rio Claro, onde também ocorrem conflitos envolvendo irrigantes que fazem uso indevido da água. “O que mais se denuncia é que, em geral, as pessoas fazem a captação sem ter outorga, que é obrigatório, ou captam mais do que o permitido. Acredito que o Ministério Público vai ter que intensificar as fiscalizações e fazer uma ação mais firme”, comenta Ramos.
Vale lembrar que, no ano passado, quando a estiagem prologada afetou intensamente o abastecimento de água em Uberaba, a Codau lançou ação em conjunto com a Polícia Ambiental em Minas Gerais e o Ministério Público Estadual, visando a verificação de pontos de retirada de água dos rios Claro, Uberaba e seus afluentes.
É importante mencionar que o rio Claro está localizado no Triângulo Mineiro, e é essencial para o abastecimento de Uberaba em períodos de crise hídrica. Embora não seja a principal fonte de abastecimento da cidade, ele é utilizado para transposição quando a vazão do rio Uberaba atinge níveis críticos. O curso d’água fica próximo ao município de Nova Ponte, a cerca de 80 km da cidade de Uberaba.
Apesar da gravidade do problema, o presidente da autarquia reforçou que a Codau busca água do Aquífero Guarani, uma fonte subterrânea que não interfere diretamente na vazão dos rios, diferenciando a atuação responsável da companhia. “Na época da seca, a Codau faz fiscalização permanente, junto com a polícia ambiental, e denuncia aos órgãos competentes”, finaliza.