PRONTO-ATENDIMENTO

Cerca de 50% do atendimento no Hospital Unimed Uberaba é de casos suspeitos de dengue

Segundo o infectologista Vitor Maluf, em março houve o pico de atendimentos no pronto-socorro do Hospital Unimed Uberaba, com cerca de 2 mil casos suspeitos de dengue

Luiz Henrique Cruvinel
Publicado em 19/04/2023 às 09:02Atualizado em 19/04/2023 às 11:52
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Uberaba segue em alerta total com os casos prováveis de dengue. Somente nos últimos 45 dias, o Hospital Unimed Uberaba (antigo Hospital São Domingos), na rua da Constituição, registrou média de 2 mil casos suspeitos entre crianças e adultos, o que representa quase 50% da demanda total do pronto-socorro da unidade. As informações são do médico infectologista Vitor Maluf, em entrevista ao JM News, da Rádio JM, nesta quarta-feira (19).  

Segundo o infectologista, em março houve o pico de atendimentos no pronto-socorro do Hospital Unimed Uberaba, com quase quatro mil atendimentos. Desses, a metade era de pessoas com sintomas de dengue. Vitor Maluf explica que esses pacientes passam por avaliação clínica e, para o fechamento do diagnóstico há duas possibilidades, o teste rápido, feito nas primeiras 48h de sintomas, ou a sorologia, após sete dias.  

Alvo de muitas dúvidas acerca da eficácia, o teste rápido não é conclusivo, mas não deixa de ser importante ferramenta ao diagnóstico. “O melhor teste, o padrão ouro, é a sorologia. Um teste rápido negativo num quadro suspeito não afasta, mas ele positivo, confirma o caso”, explica Maluf. Ele acrescenta que o teste rápido tem esse nome por causa do prazo certo para um resultado assertivo. “Ele chama teste rápido porque é feito nos dias iniciais da doença, nas primeiras 48h, no máximo 72h, do início de sintomas. Se você fizer esse teste depois desse prazo, a sensibilidade dele é alta, mas a especificidade é pequena. Então, pode vir negativo no início também, por isso é preciso confirmar o caso sete dias depois com sorologia, que é a dosagem de anticorpos IGM e IGG para fazer o diagnóstico”, completa.   

Os adultos mantêm a liderança nos casos suspeitos de dengue. Apesar de registrados os casos suspeitos em crianças, nesta faixa de idade, muitos se mostram episódios de viroses, de acordo com Vitor Maluf.    

Por isso, há diferença no tratamento das suspeitas de dengue em relação a outras doenças. “Hoje para dengue você faz a classificação clínica do paciente, que vai de A a D, tem cada tipo de condução e tratamento. Basicamente, a grande maioria dos casos são ambulatoriais. O que precisa ficar atento: à hidratação e sinais de alerta, como febre de difícil controle, pressão baixa, derrame, dor abdominal, náusea e vômitos de difícil controle”, alerta o especialista.

Nas primeiras 24h, é comum que o paciente apresente síndrome febril, dor muscular, articular e atrás do olho. Depois do terceiro, quarto dia, a pessoa pode perceber pontos vermelhos na pele. “Nesta fase, depois que aparece o vermelho, temos que ficar atentos porque há a defervescência, ou seja, a febre some. E primeiro aparecem os sinais de alerta e o número de plaquetas pode cair”, diz Vitor Maluf. 

Em todas as ocorrências, o indicado é manter a hidratação ao nível hospitalar e o monitoramento diário dos sintomas. Além disso, o paciente deve estar atento à evolução do quadro e retornar para atendimento médico se perceber alterações bruscas na saúde. 

“A dengue é muito mais uma doença de pronto-socorro do que de consultório médico. Isso porque você precisa muitas das vezes fazer uma hidratação venosa nesse paciente, colher um exame de sangue, esperar um resultado, hidratar mais, às vezes ele tem que ser internado. Então, por essa necessidade de acompanhamento e de realização de alguns exames é que ela lota os pronto-atendimentos”, finaliza. 

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