Prefeitura garante que as unidades básicas funcionarão e que trabalhará para que os impactos sejam minimizados
Manifestação da categoria em setembro do ano passado (Foto/Jairo Chagas)
O Jornal da Manhã acompanha à paralisação de enfermeiros da rede municipal de Uberaba e conversou na manhã desta sexta-feira (30), com o representante Sander Souza que informou à reportagem que já iniciaram monitoramento para avaliar a àdesão dos enfermeiros. "Com base na reunião que realizamos ontem, acredito que teremos uma adesão considerável dos enfermeiros", informou.
A Enfermagem da rede municipal, que inclui enfermeiros concursados, contratados e em regime de Pessoa Jurídica (PJ) pela Prefeitura de Uberaba, decidiram aderir à paralisação nacional de 24 horas da categoria nesta sexta-feira (30). Os profissionais buscam a definição do pagamento do piso salarial estabelecido no ano passado.
A intenção já havia sido comunicada à reportagem do Jornal da Manhã e ao governo municipal na terça-feira (27). Os enfermeiros de Uberaba aguardavam uma nova rodada de negociações com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esta semana, mas não houve procura. “A gente chegou a conversar com a SMS, mas não havia definição. Nós temos sido escutados pela secretária de Saúde, Valdilene Rocha, mas o Executivo ainda não foi contatado. Por isso, por essa situação estar caminhando sem definição, vamos aderir à paralisação”, esclareceu o representante Sander Souza, ao JM.
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Atualmente, cerca de 450 enfermeiros compõem o quadro da rede municipal. Considerando a taxa obrigatória de até 70% de adesão, há expectativa de que até 315 profissionais parem as atividades até às 7h de sábado. O restante deve cumprir as escalas de trabalho, independentemente da paralisação geral.
Apesar das tratativas com a Saúde, Sander Souza expõe que não houve qualquer tipo de movimentação significativa por parte do Executivo municipal, principalmente da prefeita Elisa Araújo, para que a situação fosse mais bem esclarecida com os servidores.
“A lei [do pagamento] foi votada no Congresso no dia 4 de agosto do ano passado. Mandamos ofício no dia 8 de agosto, via sindicato, para a prefeita Elisa para sentar-se e conversar, para ter um diálogo inicial. Até hoje não houve resposta desse primeiro ofício. O Executivo poderia sentar-se com a gente, se posicionar, mas não. No dia 14 de setembro do ano passado, a prefeita fez uma reunião, mas não foi convidado nenhum enfermeiro do município. Convidaram uma pessoa do [setor] privado, do Coren, mas do município não convidaram ninguém. Foi quando ela anunciou que ia pagar [o piso] no dia 1º de janeiro. Do dia 8 de agosto, quando mandamos o primeiro ofício, até 14 de setembro, quando ela anunciou, se tivéssemos conversado, muita coisa poderia ter sido evitada”, pondera o representante.
O Sindicato dos Servidores Públicos de Uberaba (SSPMU) publicou nota em defesa da greve da categoria, na sexta-feira (30). Veja:
Questionada, a Prefeitura de Uberaba afirmou que atua para garantir a assistência à saúde da população e minimizar os possíveis impactos em decorrência da paralisação. O município também confirma a notificação do SSPMU e garante que as unidades de saúde estarão abertas.
"A Prefeitura de Uberaba, por meio da Secretaria de Saúde, reforça que mantém o diálogo com os servidores e reconhece a importância de cada um deles, enfermeiros e técnicos, na assistência à saúde. Uberaba paga aos profissionais de 40 horas um valor acima do proposto pela Lei 14.434 como salário base, além de ter aprovado legislação que prevê o pagamento de R$2.493,75 para técnicos de enfermagem com jornada de 30 horas; R$3.325, para os técnicos com carga horária de 40 horas – o mesmo previsto na legislação federal –, e R$2.493,75, para assistentes de enfermagem. Os servidores ainda possuem o Plano de Carreira, gratificação e mais tíquete alimentação de R$ 1.000,00", pontua, em nota.