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Em 2023, a dengue colocou Uberaba em alerta. Até abril deste ano, a unidade de apoio à doença registrou 4 mil casos suspeitos. Além disso, já são oito mortes confirmadas até o mês de maio. Segundo a infectologista Danielle Maciel, apesar da queda nos casos nas últimas semanas, a luta não acabou e agora o foco é evitar que a Chikungunya se torne a próxima epidemia.
Conforme a médica, o problema circula a região. Apesar de não haver casos na cidade, há alguns episódios isolados nas cidades vizinhas. Maciel afirma que esta não foi a epidemia da vez, mas pode ser a epidemia do próximo verão, caso os focos de dengue não sejam combatidos ainda durante o período de inverno.
"A Chikungunya para nós é um problema, de alguma forma. Ele até demorou a chegar aqui, por várias vezes a gente achou que ia chegar, porque ela disseminou no país todo. Mas parece que agora realmente chegou no Triângulo Mineiro. E quando a gente fala de chikungunya, nós estamos falando de uma população 100% vulnerável, onde ninguém tem imunidade. Então a gente pode ter um monte de pessoas doente, muito maior”, afirma.
Sobre a dengue, a infectologista afirma que agora os números tendem a cair devido a mudança de estação. “É uma doença sazonal, então agora vai, começa a ficar mais frio, menos chuva. O mosquito vai perder o vetor principal, vai perder as condições ideais. Mas a gente sabe que se as medidas necessárias dos cuidados, principalmente domiciliares, não foram efetivos, assim que voltar a chuva e o calor, a doença volta”, esclarece.
Segundo Danielle Maciel, o mosquito da dengue pode viver entre 35 e 40 dias e pode picar 20 pessoas num dia só e voar 500m. Além disso, ela explica que o inseto transmite a doença através do ovo, que pode sobreviver até 450 dias sem água.
Ainda, é válido lembrar que ainda não há vacinas disponíveis para a dengue.
“Então, até o momento, nós não temos outra coisa a não ser combater o vetor. Tem uma vacina que a Anvisa é liberou, já passou pela aprovação, para ser liberada no próximo semestre. Mas a gente não sabe a quantidade, como vai ser feito, não sabe preço, não sabe se o governo vai comprar, não sabe o tempo que leva para a imunidade”, finaliza.