Endoscopia de coluna (Foto/Divulgação)
A equipe de neurocirurgia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), realizou, no dia 26 de abril, a primeira endoscopia de coluna do Hospital. A cirurgia foi realizada pelos neurocirurgiões Daniel Gonçalves de Souza e Murillo Martins Correia, sob supervisão do chefe de disciplina de Neurologia, Roberto Alexandre Dezena.
A paciente operada tem 38 anos, é portadora de hérnia de disco lombar e teve alta no mesmo dia, sem dor ou outros sintomas. A nova tecnologia será incorporada ao arsenal terapêutico de rotina da instituição para tratamento de doenças da coluna vertebral, beneficiando a população de 27 municípios do Triângulo Sul de Minas Gerais.
O médico Roberto Alexandre Dezena, presidente da Academia Brasileira de Neurocirurgia e coordenador da residência em Neurocirurgia do HC-UFTM, explica que a endoscopia de coluna é uma técnica minimamente invasiva, “realizada por meio de um pequeno corte, cerca de um centímetro, e a inserção de uma microcâmera que possibilita segurança e rapidez ao procedimento, assim como um pós-operatório sem dor”. Além disso, Dezena complementa, o serviço é concluído em menor tempo, há redução na quantidade de sangramento intraoperatório e, assim, a hospitalização é mais rápida, o que permite o retorno antecipado do paciente às atividades de rotina.
O neurocirurgião contextualiza que a endoscopia de coluna começou a ser utilizada nos anos 2000 e vem se desenvolvendo em todo o mundo. A incorporação da técnica ao serviço de saúde do Brasil, entretanto, é recente, tendo sido incorporada ao rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde (ANS) em 2021. “Como os materiais utilizados no procedimento são quase todos desenvolvidos nos Estados Unidos e Europa, os custos são relativamente altos. A cirurgia também exige um treinamento específico para execução, algo que nem todo profissional cirurgião de coluna espinhal possui”, informa.
Ainda segundo Dezena, o tamanho da equipe necessária para realizar esse tipo de procedimento cirúrgico é o mesmo da cirurgia convencional – da microcirurgia. Habitualmente, a equipe é composta pelo cirurgião principal, um ou dois auxiliares, instrumentador cirúrgico e um técnico em radiologia, devido à utilização intraoperatória do intensificador de imagem.
O grande diferencial da nova tecnologia, entretanto, está no pós-cirurgia. O operado tem alta hospitalar no mesmo dia em que o procedimento é realizado, ou seja, é liberado da recuperação pós-anestésica e pode receber alta hospitalar. A cirurgia endoscópica contribui para melhorar a rotatividade dos leitos, além de permitir retorno precoce do paciente às atividades laborais e não necessitar de mais gastos com o uso de medicamentos para dor no pós-operatório.