Ordem de Serviço para a nova empresa terceirizada será emitida nesta segunda-feira (10)
(Foto/ Divulgação)
Com o aumento da inadimplência nas contas de água e esgoto em Uberaba, a Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas (Codau) intensificará a cobrança aos devedores. Para isso, uma nova empresa terceirizada reforçará os cortes no abastecimento a partir desta segunda-feira (10). A informação foi inicialmente divulgada na coluna “Falando Sério” e confirmada pela assessoria de imprensa da autarquia, pontuando que a ordem de serviço será assinada em mesma data.
De acordo com os últimos dados apresentados, a Codau tinha R$ 20,7 milhões nas mãos de devedores. A vencedora da licitação, a London Serviços Urbanos Ltda, assumirá o serviço de corte e religação de água em conjunto com a MD Instalações Ltda., cujo contrato vigora até agosto de 2025. Até o vencimento do prazo, a Codau avaliará a necessidade de ajustes no modelo de prestação do serviço de ambas as empresas.
Em recente entrevista à Rádio JM, o presidente da Codau, Rui Ramos, explicou que a paralisação dos cortes por inadimplência, em novembro de 2023, ocorreu devido a problemas na migração do sistema comercial da autarquia. Ele justificou a suspensão como uma medida para evitar cortes indevidos e permitir negociações das dívidas.
“Em outubro de 2023, aproximadamente, teve uma mudança no sistema comercial que gerou contas erradas. Logo depois, aquela troca maciça de hidrômetros deixou a população insatisfeita. Eu assumi em novembro de 2023, no pico desses problemas. Fizemos um trabalho intenso com a equipe para corrigir tudo, mas não achei por bem voltar com os cortes imediatamente”, contou o representante.
Relembre: FALANDO SÉRIO | Codau releva inadimplência e não corta água há seis meses
Ainda segundo o presidente, a retomada das interrupções no fornecimento só ocorreu a partir de julho de 2024, após a estabilização do sistema e campanhas de conscientização para negociação de dívidas. “Fizemos um trabalho de mídia pesado, com muitos comunicados, para resolver os problemas de inadimplência, com taxas reduzidas de juros e parcelamento. Então, demos a oportunidade para que as pessoas tivessem tempo de negociar”, esclareceu.
Desde então, os cortes vinham sendo realizados pela própria equipe da Codau e pela empresa MD Instalações. No entanto, devido ao número reduzido de funcionários no setor e a insuficiência dos quantitativos previstos no contrato com a empresa para atender a demanda, alguns erros foram registrados. À reportagem do JM, consumidores relataram falhas, como cortes sem aviso prévio e a cobrança de taxas mínimas em imóveis desocupados e inadimplentes há meses.
Além disso, nesse período, a autarquia registrou impactos financeiros, incluindo um prejuízo de R$ 36 milhões em 2023, conforme demonstrado no portal da transparência. A inadimplência também afetou o faturamento do Consórcio S, responsável pela coleta, transporte e tratamento de resíduos, cuja remuneração é vinculada à taxa de lixo cobrada na conta de água e esgoto.