Morelli ressalta que, embora seja difícil quantificar exatamente o número de pessoas aguardando uma habitação em Uberaba, a situação é atípica (Foto/Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
A Companhia Habitacional do Vale do Rio Grande (Cohagra) intensificou a fiscalização e já encontrou cerca de 130 casas do governo federal que estão habitadas de maneira irregular em Uberaba. O presidente da Cohagra, Gledston Morelli (Dê), esclarece que embora a solução para esse problema não seja de responsabilidade direta da Companhia, continua o trabalho de notificação das ocupações inadequadas.
"A gente tem que deixar claro que não é responsabilidade da Cohagra solucionar o problema. Não estamos nos furtando da obrigação de contribuir, porque cabe à Companhia fazer a fiscalização e indicar para as instituições financeiras, responsáveis pelos contratos, todos os imóveis habitados de forma errada", explicou Morelli. Até o momento, quase 400 contratos irregulares em Uberaba já foram repassados para a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil pela Cohagra e, deste número, mais de 130 estariam irregulares.
Dê destaca que a Cohagra solicita às instituições para que compartilhem a responsabilidade na busca por soluções adequadas, ou seja, que a Companhia também possa administrar a destinação e contratos das residências. No entanto, ele ressalta que existem regras e leis que limitam a capacidade da Cohagra de agir diretamente nesse processo.
"No passado, foram feitas algumas retomadas, mas de forma inadequada. Para ter noção, hoje tem famílias sendo despejadas que foram encaminhadas pela própria Cohagra. Todo o processo foi feito de forma inadequada e continua trazendo transtornos. Temos que regularizar essas situações", afirmou o presidente.
Para lidar com essa demanda, a Cohagra está realizando levantamentos e mapeando as famílias afetadas, sejam as que vão precisar sair das residências e as que não estão contempladas. Morelli ressalta que, embora seja difícil quantificar exatamente o número de pessoas aguardando uma habitação em Uberaba, a situação é atípica.
Diferentemente das configurações familiares tradicionais, muitos dos afetados vivem sozinhos, em casas improvisadas ou em condições precárias, o que exige um melhor estudo sobre a atual demanda. Desta forma, ele mantém o foco no número de habitações irregulares.