TENTATIVA

Com imunização infantil abaixo das metas, Saúde quer retomar vacinação itinerante

Luiz Henrique Cruvinel
Publicado em 31/01/2023 às 10:36
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Vacinação infantil (Foto/Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Vacinação infantil (Foto/Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O projeto de vacinação itinerante deve ser retomado em breve em Uberaba para intensificar a imunização infantil e aumentar os índices de adesão e proteção. Atualmente, praticamente todos os números de crianças vacinadas estão abaixo da meta, de acordo com a Referência Técnica da Central de Vacinas, Priscilla Amaral, o que exige ação rápida e intensa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Em entrevista à Rádio JM, nesta terça-feira (31), Priscilla Amaral revelou as porcentagens da imunização infantil na cidade. Todos os índices deveriam estar acima de 90%, mas a Hepatite A está em 77%, a de Febre Amarela com 68%, a Tetravalente com 71%, a de Meningite com 72%, a de Gripe com 71% e a BCG, contra Tuberculose, com 86%. "Temos índices significativos abaixo da meta e precisamos alcançar. Temos feito várias ações, mas atingimos índices com muitas dificuldades. Ainda há resistência da população, de pais e responsáveis, para buscar as vacinas”, comentou.

E o quadro poderia ser pior, na avaliação da RT, caso não tenha sido adotada a medida da declaração de vacinas, exigida no momento de matrícula das crianças na rede municipal e estadual de ensino. “O simples ato de fazer o retorno da criança nas unidades fez aumentar os índices em até 40% desde outubro [de 2022]. Conseguimos expandir de forma efetiva nos três últimos meses em função da declaração”, comemora.

No entanto, é necessário que sejam retomadas ações mais enérgicas e propositivas. Neste tom, já é trabalhado, entre a SMS e a Educação, a volta da vacinação itinerante, onde as doses são levadas para os bairros mais afastados da cidade para favorecer o encaminhamento de crianças.

“A gente tem pensado em um novo projeto, inclusive para bairros mais distantes, onde não temos unidades de saúde. É uma preocupação grande. É algo que temos que lançar mão de forma rotineira. As pessoas ainda têm pouco acesso nos bairros distantes, e há dificuldade de procurar as unidades durante a semana. A ideia é levar de forma mais acessível possível para quem tem dificuldade. Acredito que, em um período de tempo não tão distante, vamos lançar mão desse novo projeto também. Eu estou discutindo a data com a Atenção Básica e vamos aproveitar os espaços da Secretaria de Educação”, revela Priscilla Amaral.

Na avaliação dela, o extremismo político visto nas últimas eleições foi o principal ator da diminuição da procura pela vacinação. Antes reforçadas e com alta adesão, as doses estão em ataques constantes e colocadas em dúvida por grande parte da população.

“Os brasileiros sempre aderiram à vacinação de forma natural. Tivemos um momento político que acabou politizando a vacina e trazendo em dúvida algo que sempre foi certo. Todos sabiam da efetividade das vacinas, da importância delas para as crianças. A gente tinha um contexto muito importante e isso foi muito questionado e tem sido questionado. As pessoas têm dúvidas, ficam com receio, medo, de vacinar os filhos, e isso prejudica o nosso trabalho”, opinou a RT.
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