De acordo com o engenheiro Edilmar Moreira de Carvalho, integrante fiscalizador da Comissão de Acessibilidade de Prefeitura, dos 50 estabelecimentos comerciais vistoriados nesse ano, 30% não se adequaram às regras de normatização que facilitam o acesso de deficientes físicos e pessoas com mobilidade reduzida. Segundo o engenheiro, a vistoria é realizada em estabelecimentos comerciais como restaurantes, lojas, condomínios, clubes e, até mesmo, bancos. “Todas as empresas que lidam diretamente com o público têm que adaptar seus acessos”, diz. Entre as modificações estão a ampliação das portas de acesso, instalação de barras de apoio e sinalização indicativa específica, diminuição da altura de balcões e equipamentos funcionais como pias e bebedouros e construção de rampas. “Temos enfrentando problemas, principalmente, com as lojas que tem espaço muito reduzido. A solução proposta, nesses casos, é a instalação de rampas móveis que possam ser removidas”, afirma. As empresas que não cumprirem as modificações determinadas ficam sujeitas a perda do alvará de funcionamento. “Já na primeira visita, os proprietários são notificados e se comprometem a realizar, ou não, as mudanças”, diz. O parecer final é emitido, após análise, pela Comissão de Acessibilidade, formada por representantes da Secretaria de Infra-Estrutura e Governo. Para Edilmar, uma questão importante e passível de discussão, diz respeito à adaptação de casas tombadas pelo patrimônio histórico. Segundo ele, a Comissão analisa a possibilidade de adaptar também esses locais sem comprometer sua estrutura arquitetônica. “Estamos estudando para encontrar a melhor maneira, mas posso adiantar que, amparados por Lei Federal, vamos torná-las acessíveis também”, acrescenta. A estudante Cristina Abraão, cadeirante, admite já ter passado situações embaraçosas e, até mesmo, humilhantes. “Várias vezes tive problemas em provadores de roupas que têm portas muito estreitas. No entanto, o mais constrangedor pra mim é quando o balcão é muito alto e dificulta tudo”, alega Cristina. “A maior barreira não é a estrutural, é o preconceito”. Vale lembrar que 14,5% da população brasileira possui algum tipo deficiência ou incapacidade, o que representa mais de 24 milhões de pessoas.
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