Confira como utilizar os serviços da Rede de Atenção Psicossocial em Uberaba
Fundação Gregório F. Baremblitt/CAPs Maria Boneca (Foto/Divulgação)
A Rede de Atenção Psicossocial é responsável por garantir serviços destinados a oferecer cuidados contínuos de saúde mental, de caráter residencial transitório para pacientes com necessidades clínicas estáveis. Em Uberaba, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) abrange serviços de baixa, média e alta complexidade, com cinco equipamentos.
Há o acompanhamento de questões relacionadas à saúde mental desde a atenção básica àquelas de alta complexidade. Para os pacientes que precisam de atenção mais especializada, a rede conta com quatro Centros de Atenção Psicossocial, além do Serviço Intermediário de Atenção Psicossocial (SIAP), que é o ambulatório de saúde mental de média complexidade. Em todas as unidades, as equipes são multiprofissionais e possuem grupos de apoio para tratamento contínuo.
O CAPSij é destinado aos cuidados dos casos graves em saúde mental de crianças e adolescentes. CAPS Dr. Inácio Ferreira e CAPS Maria Boneca são destinados aos cuidados de pacientes adultos com transtornos mentais graves e persistentes. Já o CAPS AD III (CAPS Álcool e Drogas) confere cuidado ao usuário em uso abusivo e prejudicial de álcool e outras drogas e com funcionamento 24 horas, contando com leitos de desintoxicação, no período máximo de 14 dias.
Para a diretora da rede de atenção psicossocial, Gisele Souza de Santi, o grande desafio é a sensibilização dos familiares no processo de tratamento dos pacientes. “A presença mais efetiva da família no tratamento favorece no processo de ressocialização do usuário e, por conseguinte, em sua reabilitação psicossocial, acarretando maiores chances de estabilização psíquica, o que evita crises e internações psiquiátricas”, explica.
Os transtornos mentais são recorrentes no Brasil e no mundo e tendem a predispor às crises, sobretudo quando se articulam aos problemas psicossociais da contemporaneidade (desemprego, crises econômicas e políticas, entre outros), os quais se exacerbaram, desde o ano 2020, com a pandemia de COVID-19 que representou a maior crise sanitária, econômica e social do século XXI.
Após o fim do isolamento social decorrente da pandemia da Covid-19, os casos de violência geral, como tentativa de autoextermínio, automutilação, ou agravo em casos de autismo de psicose aumentaram no CAPS infanto juvenil. Já na unidade Dr. Inácio Ferreira, pessoas com diagnóstico de Transtorno de Personalidade Borderline e Transtorno Afetivo Bipolar.
No ano de 2022, as pessoas com transtornos comportamentais e de personalidade que buscaram atendimento no CAPS AD, aumentaram em média 40% em comparação com 2021. A demanda de pessoas em situação de rua que buscaram tratamento no CAPS AD e foram encaminhadas às Casas de Acolhimento, aumentou em média 70% em comparação com 2021. Também em 2022, as mulheres vítimas de violência doméstica que buscaram tratamento no CAPS AD e foram encaminhadas para o Centro Integrado da Mulher aumentaram em média 30% em comparação com 2021.
Na Atenção Básica, o cuidado em saúde mental conta com 26 psicólogos nas unidades básicas de saúde e promovem cuidado na prevenção e promoção de saúde. Além disso, possui cinco Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), que são dispositivos de moradia para pessoas com transtornos mentais graves, com histórico de internações em hospitais psiquiátricos ou de custódia ininterruptas de 2 anos ou mais e que não possuem vínculos familiares ou estão fragilizados. O objetivo é a desinstitucionalização dessas pessoas e a volta de seu convívio social. Atualmente com 43 moradores.
A rede ainda possui serviço de Urgência e Emergência em Psiquiatria, com o apoio do SAMU e convênio para internações no Serviço Integrado de Saúde Dona Maria Modesto Cravo (SISDMMC). Além de leitos em hospital geral - Mário Palmério Hospital Universitário (MPHU). Para melhor assistir os pacientes em crise, foi construído um “protocolo de admissão, referência para internação hospitalar e alta de pacientes com condições psiquiátricas em unidades de pronto atendimento (UPA)”.