Os trabalhos do Conselho, como de costume, aconteceram no Sindicato Rural de Uberaba, com a participação de representantes da Secretaria do Agronegócio, Emater, Embrapa e o próprio SRU
Conselho de Safra se reuniu nesta terça-feira e revelou que a safrinha terá 80% da área plantada com sorgo e 20% de milho e trigo em consequência do atraso na colheita da soja (Foto/Divulgação)
Em reunião do Conselho de Safra de Uberaba, nessa terça-feira (11), conselheiros apontaram que, em razão do atraso na colheita de soja, a safrinha terá 80% em lavouras de sorgo e 20% entre milho e crescimento da área plantada de trigo.
Os trabalhos do Conselho, como de costume, aconteceram no Sindicato Rural de Uberaba, com a participação de representantes da Secretaria do Agronegócio, Emater, Embrapa e o próprio SRU. Como convidado, participou também o gerente de Planejamento, Controle e Tecnologia do Grupo Santa Colomba, da Bahia, o agrônomo Matheus Tobias Fernandes.
Os conselheiros reforçaram os números finais da atual safra de verão em Uberaba. A soja fechou com 85.100 hectares de área plantada e produtividade de 65 sacas por hectare, enquanto que o milho ficou com 24.500 hectares de lavouras. A produtividade que, em 2022, foi de 9.900 quilos por hectare, neste ano só será apurada em meados de maio. É que a maior parte da lavoura do milho safra verão ainda está sendo colhida, com conclusão prevista para o fim deste mês.
As principais novidades da reunião de abril do Conselho de Safra versaram sobre a safrinha no Município. De acordo com o extensionista da Emater Petrônio Silva, em decorrência da colheita tardia da soja, devido às chuvas, o cenário da safrinha deve mudar de cara neste ano. “Ainda sem números fechados, a estimativa é de 80% das lavouras plantadas com sorgo e menos de 20% com milho. Assim, a previsão inicial de 40 mil hectares de milho safrinha deve cair pela metade”, adiantou.
Esta maior opção pelo sorgo, segundo Petrônio, é explicada por duas razões. “Primeiro, porque o grão é mais resistente do que o milho à falta de chuva, comum de abril em diante, e segundo, devido aos custos. A lavoura de sorgo é bem mais em conta do que a de milho”, destacou.
Mas este alongamento do ciclo da soja, segundo Vanoli Fronza, pesquisador da Embrapa, vai influenciar também, positivamente, as lavouras de trigo. “Elas vão crescer, mesmo que seja um percentual pequeno”, afirmou o pesquisador, lembrando que, em 2022, foram plantados 8 mil hectares de trigo no Município, entre irrigado (4.500 hectares) e sequeiro (3.500 hectares).
Entre as principais vantagens do cultivo do trigo no cerrado, disse Vanoli, estão os bons preços de mercado e a facilidade na condução da lavoura. Ele informou que, em curto espaço de tempo, a Embrapa estará lançando cultivar resistente à brusone, praga que mais acomete as plantações de trigo.
Ainda na reunião, conselheiros discutiram e avaliaram a grande guinada que vem se verificando na região da Serrinha, onde vários produtores aderiram às lavouras em detrimento da pecuária. Por outro lado, o secretário do Agronegócio, Agnaldo Silva, ressaltou que a pasta vem intensificando o incentivo à produção leiteira, seja ampliando a assistência de zootecnistas e agrônomos aos produtores, seja encaminhando-os para o Programa InovaLácteos, comandado pelo Polo do Leite e com o apoio da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), do Centro Tecnológico da Prefeitura de Uberaba, da Fazu e de outros parceiros.