A remuneração das equipes passa a levar em consideração a quantidade e a qualidade do atendimento à população
Com a mudança no gerenciamento das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), os médicos que trabalham no serviço passaram a receber por produtividade. Isso significa que "consultas relâmpagos", ou seja, com menos de 10 minutos, não terão bonus por produtividade. A informação foi reforçada pelo diretor das unidades, Frederico Ramos, após reclamações sobre a mudança na dinâmica de pagamentos.
Em entrevista ao programa Pingo do J, da Rádio JM, Frederico explicou que um atendimento com menos de dez minutos interfere negativamente na remuneração do médico. “Porque aí ele não teve o mínimo tempo hábil ali para poder fazer um atendimento adequado. Então, a gente está cercando todos os lados, porque queremos um atendimento que possa ser eficiente, eficaz”, detalha.
Ramos pondera que também devem ser avaliados os retornos dos pacientes às unidades e a quantidade de pacientes atendidos, com o objetivo de gerar um atendimento mais eficiente. “Se um paciente teve alta e voltou menos de 24 horas com o mesmo SID, precisa ser avaliado. Pode ser que, ou o paciente não aderiu ao tratamento, ou o atendimento pode ter sido não tão conforme adequado. E produtividade, que também não tinha, então o médico, por exemplo, atendia dez pacientes e ganhava a mesma coisa que o médico que dentro das mesmas seis horas, atendia cinquenta pacientes”, afirma.
O diretor reforçou que os médicos das alas de cuidados avançados, antiga ala vermelha, continuam a receber um valor fixo, determinado de acordo com o mercado. “Na ala de cuidados intermediários, a gente colocou um diferencial. Tem um valor fixo e amarramos o fator qualidade. Aí, se eles tiverem as entregas daqueles indicadores tanto quantitativo, quanto qualitativo e produtividade, que também não tinha”, afirma.
Os profissionais da enfermagem continuam recebendo de acordo com o piso nacional, que está sendo complementado pelo governo federal.