De acordo com denúncias enviadas à reportagem do JM, os mutirões de castração são realizados sem comunicação para os cuidadores realizarem o cadastro antecipadamente (Foto/Arquivo JM)
Insatisfeitos com a condução do Governo Municipal em relação à causa animal, cuidadores independentes apontam as principais reclamações. Entre as queixas, está a forma como o mutirão de castração é organizado.
A insatisfação generalizada foi noticiada pelo jornalista Wellington Cardoso, na coluna Falando Sério do Jornal da Manhã nesta semana. De acordo com a apuração, cuidadores independentes de cães e gatos estão se abrigando em um grupo de WhatsApp criado exclusivamente para eles. Todos insatisfeitos com a “ausência de política pública para a causa animal”, e com a forma com que têm sido conduzidas as castrações bancadas com recursos públicos.
De acordo com denúncias enviadas à reportagem do JM, a Superintendência de Bem-Estar Animal é “desorganizada” e os mutirões de castração são realizados sem comunicação para os cuidadores realizarem o cadastro antecipadamente. “O cadastro para as protetoras independentes de cachorros que estão na rua e para cachorros comunitários, ninguém fica sabendo. Ninguém sabe como funciona o convênio e nem o trabalho na Superintendência”, relata um dos cuidadores.
Em contato com a vereadora Denise Max, uma das defensoras da pauta na Câmara Municipal, foi informado ainda que é preciso ter mais aproximação com os protetores, porque são eles que sabem onde está o problema. “A gente sabe onde ‘tá’ o problema. Elas (cuidadoras), que acompanham, que sabem onde estão os problemas. Mas se não planeja, não atinge o foco”, desabafa.
Para a vereadora Alessandra Piagem, responsável pela ONG Abrigo dos Anjos, é preciso ampliar o olhar para a causa animal. “Os governos passados não tiveram esse olhar para causa animal, com atendimento veterinário, por exemplo. ‘Tá’ devagar, mas ‘tá’ caminhando, tem um número muito grande de atendimentos, mas tem que ampliar, precisa engrenar agora”, sugere.
A Superintendência, por sua vez, respondeu à reportagem que realiza o cadastro dos mutirões regularmente desde o ano passado, com prioridade a ONGs, cuidadores independentes, especialmente com mais de 10 animais, cães e gatos cujos tutores são de baixa renda ou em vulnerabilidade social.
“Aqueles que já foram cadastrados inicialmente foram contatados via telefone para agendamento. Muitos não responderam ou já haviam castrado seus animais, o que leva a chamar o próximo da lista”, rebateu a Prefeitura, mas sem mais respostas sobre as reclamações dos cuidadores.