CRIMES

Delegacia da Mulher em Uberaba chega a realizar até 15 medidas protetivas no final de semana

O acolhimento das vítimas é realizado tanto na delegacia de Polícia Civil quanto no Centro Integrado da Mulher (CIM), ambos no mesmo prédio, no Parque das Américas

Luiz Henrique Cruvinel
Publicado em 30/06/2023 às 10:10
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Casos de violência doméstica em Uberaba estão cada vez mais comuns (Foto/Ilustrativa)

Lesão corporal, ameaça e vias de fato são os principais crimes cometidos contra as mulheres em Uberaba. A delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, Mariana Pontes Andrade, revelou à Rádio JM, nesta sexta-feira (30), que as vítimas de violência doméstica estão cada vez mais alertas sobre a importância das denúncias e que o número de pedidos de medida protetiva pode chegar a 15 durante os finais de semana. 

A delegada expôs, em entrevista ao JM News 1ª Edição, que a situação da violência doméstica em Uberaba ainda é crítica e sensível, visto o aumento dos registros de crimes nos últimos anos. No entanto, ela pondera que isso mostra a força da rede de acolhimento e a clareza que as mulheres têm sobre a importância de denunciar. 

“Uberaba não é diferente do resto do país. Tem números altos de violência. A média de atendimento diário [na delegacia] é grande. A gente faz de 4 a 5 medidas protetivas por dia. No final de semana, chega de 10 a 15. Significa que as mulheres estão denunciando bastante, por isso há esse aumento, mas é importante a gente encarar que existe e muito esse tipo de violência”, conta Mariana. 

Questionada sobre a eficiência das medidas protetivas, a delegada analisa que houve avanço significativo em todas os mecanismos de proteção à mulher. “Hoje em dia, a própria Lei Maria da Penha cria mecanismos de eficácia na medida protetiva. Um deles é o crime de descumprimento, que cabe a prisão preventiva. Em alguns casos, existe a fiscalização por tornezeleira eletrônica, que cabe a uma decisão judicial. E a própria Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica faz o acompanhamento da vítima e do autor de violência doméstica, que dá o panorama de fiscalização e faz o envio das informações para a delegacia”, esclarece.

O acolhimento das vítimas é realizado tanto na delegacia de Polícia Civil quanto no Centro Integrado da Mulher (CIM), ambos no mesmo prédio, no Parque das Américas. A mulher chega com a denúncia, conversa com a equipe multisetorial, passa por uma avaliação diagnóstica e recebe os suportes jurídicos e criminais necessários. Em alguns casos, é possível que ela, acompanhada dos filhos ou não, seja encaminhada a um abrigo temporário. 

“A violência é multifacetária. Muitas vezes ela [a mulher] tem outros problemas, que desencadearam a violência doméstica. Por isso ela passa pelo atendimento psicossocial e recebe o encaminhamento para a rede, serviços de saúde, apoio social, ajuda na questão de moradia, suporte jurídico, principalmente na questão de filhos e separação... Na delegacia fazemos os procedimentos criminais necessários”, finaliza Mariana Andrade. 

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